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UE anuncia testes de segurança em usinas nucleares

Em reunião em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que a segurança das usinas nucleares do bloco deve ser revista com urgência

O banco deve armazenar 120 toneladas de combustível nuclear (Kirill Fedchenko/Wikimedia Commons)

O banco deve armazenar 120 toneladas de combustível nuclear (Kirill Fedchenko/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 21h41.

Brasília - Líderes da União Europeia (UE) concordaram hoje (25) em submeter suas usinas atômicas a testes de resistência até o final deste ano. O decisão foi tomada como resposta à crise nuclear no Japão, que colocou em dúvida a segurança dos 143 reatores do bloco.

Em reunião em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que a segurança das usinas nucleares do bloco deve ser revista com urgência e que uma comissão ficará encarregada de relatar o resultado dos testes. “Como o perigo não acaba nas fronteiras [da UE], encorajamos e apoiamos os países vizinhos a fazer teste similares.”

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que, por conta do ocorrido no Japão, todas as 58 usinas nucleares do país serão submetidas a testes e que as que não forem aprovadas serão fechadas. “Isso está claro”.

Segundo o francês, os testes serão conduzidos por peritos independentes e os resultados serão informados ao público. “Uma comissão e reguladores nucleares dirão se [os resultados] serão satisfatórios ou não.”

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que “os terríveis acontecimentos no Japão nos fazem recordar que, ainda que tenhamos visões e situações diferentes na UE quanto a energia nuclear, devemos nos unir em segurança nuclear. Precisamos nos assegurar que os mais altos padrões de segurança sejam respeitados”.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, também abordou o tema. Em comunicado divulgado hoje, ele disse que a situação no Japão “gerou pedidos urgentes de revisão de como se dá resposta emergencial internacional” ao regime nuclear. “Eu apoio essas exigências”, afirmou.

Após o terremoto japonês, alguns países já começaram a reavaliar seus programas nucleares. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel suspendeu um acordo para aumentar o tempo de vida de usinas nucleares do país. Na Suíça, o governo adiou decisões sobre a construção de novas usinas.

A crise nuclear japonesa foi desencadeada pelo terremoto seguido de tsunami ocorrido no último dia 11. A tragédia provocou superaquecimento e explosões na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, resultando no vazamento de radioatividade. Agora, o país se preocupa com os efeitos desse vazamento na água e nos alimentos e nos decorrentes riscos à saúde da população.

A agência de segurança nuclear do Japão afirmou hoje que um exame rigoroso está sendo feito para encontrar a causa de um possível vazamento de material radioativo no reator 3 de Fukushima.

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