Mundo

UE analisa amanhã a alta do petróleo pelas revoltas do mundo árabe

Os 27 países importam 60% do petróleo que consomem e, desse total, 40% procede dos países da Opep

Instabilidade que atinge a Líbia, maior produtor de petróleo da África, bastou para inquietar os mercados (Joe Raedle/Getty Images)

Instabilidade que atinge a Líbia, maior produtor de petróleo da África, bastou para inquietar os mercados (Joe Raedle/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2011 às 18h17.

Bruxelas - Os ministros europeus de energia vão analisar na próxima segunda-feira o impacto das revoltas do mundo árabe, especialmente da Líbia, no preço do petróleo e na provisão de gás à União Europeia (UE).

O barril do Brent, de referência na Europa, chegou nesta sexta-feira a US$ 112,14, 9,3% mais caro que na semana anterior, um aumento que "se manter-se por vários meses terá um impacto muito negativo na UE", disseram à Agência Efe fontes comunitárias.

Os 27 importam 60% do petróleo que consomem e, desse total 40% procede dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), embora só uma pequena quantidade da Líbia.

No entanto, a instabilidade que atinge o país, que é o maior produtor de petróleo da África, com uma produção estimada de 1,7 milhões de barris de petróleo, 2% da produção mundial, bastou para inquietar os mercados.

"A situação neste momento não é especialmente preocupante, mas deve fazer-se uma análise a meio e longo prazo", opinou uma fonte diplomática.

A Agência Internacional da Energia (AIE) calculou nesta semana que a redução no bombeamento de petróleo da Líbia diminuiu no mercado entre 500 mil e 750 mil barris diários, enquanto a companhia petrolífera italiana Eni falou de 1,2 milhões de barris, 75% menos que a produção estimada.

Países como a Espanha optaram por iniciar medidas de economia energética para minimizar o impacto do encarecimento do petróleo, como a redução para 110 km/h na velocidade máxima nas estradas e a redução em 5% das tarifas nos trens das proximidades de meia distância.

Os 27 abordarão a questão durante o almoço, depois que a Presidência húngara de turno da UE o incluísse nesta sexta-feira na agenda do encontro a pedido de várias delegações nacionais.

Fontes da UE explicaram que a falta de provisão de petróleo da Líbia afeta vários países comunitários (Espanha, Irlanda, Itália, Áustria, Grécia, Portugal, Alemanha, Reino Unido e Holanda), enquanto a de gás só a dois (Espanha e Itália), mas que a de petróleo é mais fácil de solucionar.

A ausência de gás líbio pode ser mais difícil de suprir que a de petróleo devido a que seu transporte até a UE se realiza principalmente através de gasodutos, enquanto o petróleo pode chegar em caminhões.

A UE manteve esta semana contatos informais com os países da Opep, que já se mostraram dispostos a aumentar sua produção, segundo fontes comunitárias.

Acompanhe tudo sobre:Áfricacidades-brasileirasDesastres naturaisEnchentesEnergiaEuropaInfraestruturaLíbiaMetrópoles globaisOriente MédioPetróleosao-pauloUnião Europeia

Mais de Mundo

Em Nova York, Milei se encontra pela 3ª vez com Musk

Evo Morales lidera marcha contra presidente da Bolívia em meio a tensões políticas

Ataque de Israel ao Líbano é revoltante e há risco de guerra total, diz Celso Amorim

Superiate naufragado na Itália pode guardar 'dados confidenciais' e senhas de governos nos cofres