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UE amplia fundo de resgate até junho; Portugal é assunto evitado

O país é o terceiro afetado por dívidas no bloco. Cúpula evitou discutir o assunto

Portugal alegou que precisa de auxílio financeiro da União Européia e do FMI (Getty Images)

Portugal alegou que precisa de auxílio financeiro da União Européia e do FMI (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 07h57.

Bruxelas - Líderes europeus aprovaram na quinta-feira o aumento de seu fundo de resgate financeiro para 440 bilhões de euros em junho, mas evitaram discutir Portugal após a renúncia do primeiro-ministro do país.</p>

Tendo dito há semanas que aprovariam um "pacote abrangente" para combater a crise de dívida da zona do euro até o fim de março, os líderes acabaram adiando a decisão final de ampliação da rede de segurança até meados do ano.

O acordo na cúpula de dois dias, em Bruxelas, foi aplaudido como uma proeza por Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, mas preocupações sobre a crise política de Portugal pairavam sobre a reunião.

O premiê português José Sócrates, renunciou na quarta-feira depois que o Parlamento rejeitou as novas medidas de austeridade fiscal que, segundo o governo, impediriam que o país seguisse Grécia e Irlanda na necessidade de uma ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Sócrates é o segundo líder da zona do euro vitimado pela crise de dívida após o primeiro-ministro da Irlanda, que deixou o governo no mês passado.

Apesar de ter renunciado, Sócrates foi à cúpula e foi recebido bem por outros líderes, disseram diplomatas.

Ele resistia à pressão para aceitar um resgate, porém, e deixou claro que manterá essa posição ao menos até que um novo governo português seja formado -- provavelmente após eleições antecipadas daqui a dois meses.

Ao deixar a cúpula, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse a jornalistas que é crucial que Portugal siga as medidas propostas por Sócrates.

Diplomatas da UE disseram que Sócrates garantiu a outros líderes que independente de qual governo seja eleito, o país manterá o programa de austeridade.

A crise portuguesa destaca a riqueza de obstáculos financeiros que o bloco monetário europeu enfrenta para resolveer a crise de dívida que piorou durante o último ano.

Apenas há alguns dias, esperava-se que a cúpula criasse um pacote completo para tranquilizar os mercados, mas as decisões de quarta-feira ficaram abaixo do que alguns investidors esperavam.

Autoridades da zona do euro disseram que Portugal pode precisar de 60 bilhões a 80 bilhões de euros em assistência do fundo de resgate europeu e do FMI. Nenhuma negociação começou ainda e terá de aguardar a formação de um novo governo.

Embora tenham concordado que irão finalizar o acréscimo ao fundo de resgate atual --o Instrumento Europeu de Estabilidade Financeira-- até junho, os líderes ainda têm de negociar problemas políticos em Portugal e na Finlândia para conseguir isso.

Os líderes também tentam finalizar o Mecanismo Europeu de Estabilidade, fundo permanente de resgate que substituirá o fundo atual em meados de 2013.

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