Kamensk-Shakhtinski - Agentes alfandegários ucranianos esperavam nesta sexta-feira para inspecionar o comboio humanitário russo destinado às populações do leste da Ucrânia, que permanecia estacionado a 30 km da passagem fronteiriça de Donetsk, em uma zona na qual a Rússia realizou muitos movimentos de blindados.
Paul Picard, chefe da missão de observação da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) na região, declarou à AFP que a inspeção não começou, desmentindo, assim, as afirmações formuladas pouco antes por um porta-voz militar ucraniano, Leonid Matiujin.
A AFP constatou que não havia nenhum caminhão no local, pouco depois de ter observado a presença do comboio na localidade de Kamensk-Shakhtinski, onde se encontra desde a noite de quinta-feira, a 30 km da passagem fronteiriça de Donetsk.
Acompanhados por representantes do ministério russo das Situações de Emergências, jornalistas foram autorizados a entrar em mais de 10 caminhões e constataram que transportavam sacos de farinha, açúcar e garrafas de água.
Os agentes de alfândegas e guardas ucranianos cruzaram a fronteira entre Ucrânia e Rússia para trabalhar com seus colegas russos, e dar autorização à passagem de cerca de 300 caminhões carregados de ajuda humanitária.
Esta ajuda russa está destinada à população do leste da Ucrânia, onde o exército combate desde abril os separatistas pró-russos.
A viagem do comboio foi problemática desde o início, na terça-feira em uma base militar da região de Moscou. A Ucrânia e as potências ocidentais temem que sirva de desculpa para uma intervenção militar russa, medo que o governo da Rússia chamou de "absurdo".
Kiev aceitou finalmente a passagem do comboio, que transporta, segundo Moscou, mais de 1.800 toneladas de alimentos e medicamentos para áreas separatistas do leste da Ucrânia que o governo tenta controlar.
O ministério das Relações Exteriores ucraniano destacou que a Rússia será a única responsável pela segurança do comboio.
Incursão militar russa
Por outro lado, a Ucrânia confirmou, também nesta sexta-feira, a incursão de uma coluna militar russa em seu território através de um posto fronteiriço controlado pelos separatistas pró-russos, apontada na quinta-feira por jornalistas britânicos.
"Uma coluna militar russa cruzou a fronteira a partir do posto fronteiriço de Izvarin", declarou à AFP Olexi Dimitrashkivski, um dos porta-vozes da campanha militar ucraniana, acrescentando não ter informação sobre o número de veículos que formam esta coluna.
Jornalistas dos jornais britânicos Guardian e Telegraph afirmaram que 23 veículos blindados de transporte de tropas, caminhões de transporte de combustível e outros veículos logísticos com placas militares russas cruzaram a fronteira na noite de quinta-feira.
Por sua vez, a situação humanitária segue se deteriorando no leste ucraniano, onde o avanço das tropas de Kiev deixa muitas vítimas civis.
Onze civis morreram e oito ficaram feridos em 24 horas em Donetsk, indicou nesta sexta-feira a prefeitura.
Neste contexto, os Estados Unidos pediram na quinta-feira moderação à Ucrânia.
O exército ucraniano retomou na quinta-feira o controle da estrada entre Lugansk e a fronteira russa, que se encontra no itinerário que o comboio humanitário deveria tomar.
Também na quinta-feira, o principal chefe separatista, o russo Igor Strelkov, renunciou ao seu posto de ministro da Defesa da autoproclamada República de Donetsk, assim como no dia anterior o chefe de separatista de Lugansk, Valeri Bolotov, já havia feito.
Em Donetsk, que contava com um milhão de habitantes antes do conflito, os combates chegaram na quinta-feira ao centro da cidade.
Em Lugansk, 22 civis morreram na quinta-feira por disparos de morteiros.
O presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu nesta sexta-feira em Sochi (sul da Rússia) com seu colega finlandês, Sauli Niinistö, para falar da crise da Ucrânia, já que a Finlândia é um dos países europeus mais ameaçados pelas tensões entre Moscou e os ocidentais.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)