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Ucrânia se retira de Avdiivka diante de cerco russo

Desde outubro, os soldados ucranianos resistiam em inferioridade numérica e material aos ataques russos

Exército ucraniano: "Conforme à ordem recebida, nos retiramos de Avdiivka para posições preparadas antecipadamente" (Genya SAVILOV/Getty Images)

Exército ucraniano: "Conforme à ordem recebida, nos retiramos de Avdiivka para posições preparadas antecipadamente" (Genya SAVILOV/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de fevereiro de 2024 às 11h18.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2024 às 11h23.

O Exército ucraniano se retirou de Avdiivka, uma cidade do leste que enfrenta uma feroz ofensiva russa, disse na madrugada deste sábado (17, noite de sexta em Brasília) o general Oleksander Tarnavski, que comanda as tropas de Kiev na região.

"Conforme à ordem recebida, nos retiramos de Avdiivka para posições preparadas antecipadamente", escreveu Tarnavski em uma mensagem no Telegram durante a madrugada. Esta é a maior vitória simbólica da Rússia desde o fracasso da contraofensiva de Kiev no verão passado.

Desde outubro, os soldados ucranianos resistiam em inferioridade numérica e material aos ataques russos contra esta localidade na bacia de mineração do Donbass, onde a situação se tornou especialmente crítica nos últimos dias.

O general Tarnavski havia reconhecido no dia anterior a existência de combates de rua dentro da cidade, o recuo de suas tropas de algumas posições e a construção de estruturas defensivas para onde se retirar em caso de necessidade.

"Na situação em que o inimigo avança sobre os cadáveres de seus próprios soldados e tem dez vezes mais obuses [...] Esta é a única solução viável", justificou Tarnavski ao anunciar a retirada.

O general enfatizou que suas forças evitaram ser cercadas pelo inimigo e já se posicionaram nas novas linhas de defesa perto desta cidade industrial amplamente destruída.

'Cumpriram seu dever'

Mapa da linha de frente ao redor da cidade ucraniana de Avdiivka.

A retirada de Avdiivka é a primeira grande decisão militar desde a nomeação de um novo comandante-chefe, Oleksander Sirski, em 8 de fevereiro.

"Decidi retirar nossas unidades da cidade e passar à defesa em linhas mais favoráveis", escreveu Sirski em sua página do Facebook.

"Nossos soldados cumpriram seu dever militar com dignidade, fizeram todo o possível para destruir as melhores unidades militares russas e infligir perdas significativas ao inimigo", acrescentou.

Avdiivka se tornou um símbolo da resistência das forças de Kiev à medida que o segundo aniversário do início da invasão lançada por Moscou contra esta ex-república soviética em 24 de fevereiro de 2022 se aproxima.

A cidade foi brevemente tomada em julho de 2014 pelos separatistas pró-russos, mas voltou ao controle de Kiev, que a manteve durante todo esse tempo apesar de sua proximidade com Donetsk, bastião separatista no leste da Ucrânia há dez anos.

Avdiivka é o avanço mais significativo para a Rússia desde a conquista de Bakhmut em maio de 2023, após meses de combates intensos que deixaram milhares de mortos.

Apesar de estar em grande parte destruída, cerca de 900 civis ainda permanecem lá, segundo autoridades locais. A Rússia espera que sua tomada dificulte os bombardeios ucranianos sobre Donetsk.

Zelensky pede mais ajuda

Mapa da Ucrânia mostrando as áreas controladas pelas forças ucranianas e russas em 15 de fevereiro às 17h (Bras.).

Em outra frente, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, travou uma batalha diplomática com uma viagem a Berlim e Paris nesta sexta-feira, para garantir que as potências ocidentais continuem ajudando Kiev.
Durante suas visitas aos países aliados, o líder ucraniano assinou acordos de segurança com o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Os acordos preveem um aumento na ajuda militar à ex-república soviética.

No sábado, Zelensky defenderá na Conferência de Segurança de Munique a continuação da assistência financeira internacional, em um momento em que a entrega de fundos de seu principal doador, os Estados Unidos, está em suspenso devido às disputas no Congresso entre democratas e republicanos.

Desde o fracasso de sua contraofensiva no verão de 2023, a Ucrânia enfrenta tropas russas em avanço, escassez de homens, armas e munições, e a incerteza sobre a continuação da ajuda ocidental.

"Estamos fazendo todo o possível para garantir que nossos combatentes tenham capacidades organizacionais e tecnológicas suficientes para salvar o maior número possível de vidas ucranianas", disse Zelensky.

Nesta sexta-feira, o centro de estudos alemão Kiel Institute afirmou que a União Europeia deverá "ao menos dobrar sua ajuda militar" à Ucrânia para compensar a inação dos Estados Unidos.

"É altamente incerto que os Estados Unidos enviem ajuda militar adicional em 2024", afirmou o instituto, que compila informações sobre a ajuda militar, financeira e humanitária prometida e entregue à Ucrânia desde a invasão russa em 2022.

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