Volodymyr Zelensky: semana passada, funcionários públicos foram demitidos em outro caso de corrupção (Marko Djurica/Reuters)
AFP
Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 13h09.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2023 às 14h03.
A Ucrânia realizou nesta quarta-feira, 1°, operações de busca e apreensão contra um oligarca, várias administrações e funcionários públicos envolvidos em casos de corrupção, um problema que, em plena guerra, afeta os suprimentos do Exército.
David Arakhamia, líder do partido do presidente Volodymyr Zelensky, anunciou no Telegram que as operações policiais tinham como alvo o bilionário Ihor Kolomoiski, o ex-ministro do Interior Arsen Avakov e o Tesouro ucraniano. Por sua vez, o chefe do serviço de alfândega foi demitido.
Os investigadores também visitaram autoridades do Ministério da Defesa. "O país vai mudar com a guerra e se alguém não estiver pronto para a mudança, o Estado virá e fará mudar", disse Arakhamia, referindo-se à corrupção.
Há uma semana, vários funcionários públicos ucranianos foram demitidos em um caso de corrupção relacionado a suprimentos do Exército, o primeiro escândalo dessa magnitude desde o início da invasão russa.
A Ucrânia sediará, na sexta-feira, 3, uma cúpula com a União Europeia, que pede ao país medidas contra a corrupção para que ingresse no bloco no futuro.
As autoridades ucranianas, cujo esforço bélico depende fortemente do apoio militar e financeiro da Europa e dos Estados Unidos, enfrentam o desafio de controlar a corrupção para não criar tensões com seus aliados ocidentais.
Investigadores do serviço de segurança ucraniano (SBU) divulgaram, na terça-feira, imagens da busca à casa de Kolomoiski, envolvido em um caso de desvio em empresas petrolíferas de 40 bilhões de grívnias (US$ 1,08 bilhão).
Por outro lado, o escritório de investigação do Estado realizou buscas nos serviços fiscais, acusando "o chefe do escritório fiscal de Kiev de conspiração para enriquecer com vários milhões de dólares".
Além disso, os investigadores notificaram autoridades do Ministério da Defesa, tornando-as oficialmente suspeitas.
Na semana passada, por ordem do presidente Zelensky, funcionários do alto escalão da Presidência e dos ministérios, governadores e promotores foram forçados a deixar seus cargos após se envolverem em negócios pouco transparentes.
Poucos dias antes, estourou um escândalo pelas revelações de um contrato de alimentos supostamente supervalorizado destinado a soldados em várias regiões do país.
Embora este não pareça ser o caso agora, os países ocidentais ficariam indignados se houvesse o desvio dos bilhões de dólares em ajuda que forneceram à Ucrânia desde o ano passado para repelir o invasor russo.