Soldados ucranianos patrulham a região de Donetsk: exército é acusado de utilizar bombas de fragmentação no leste do país (Anatolii Boiko/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2014 às 08h28.
Berlim - O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, negou categoricamente nesta sexta-feira que o exército tenha usado bombas de fragmentação no leste do país e qualificou a denúncia de "montagem".
"Se observarem minuciosamente as fotos, verão que se trata de um "fake" (montagem)", disse o chefe da diplomacia ucraniana em entrevista à emissora alemã "Deutschlandfunk".
A organização Human Rights Watch (HRW) acusou o exército ucraniano de utilizar bombas de fragmentação no conflito pelo controle do leste da Ucrânia e afirmou que, principalmente nos ataques contra o centro de Donetsk no início de outubro há indícios claros que responsabilizam as forças armadas ucranianas.
Klimkin acrescentou que Kiev quer "investigar detalhadamente" com a HRW as acusações e assinalou que é necessário determinar quem utilizou essas armas, pois "caso tenham sido os terroristas ou quadrilhas, para que respondam por seus atos".
A Ucrânia realiza neste domingo eleições legislativas, mas os separatistas pró-Rússia que combatem no leste do país não têm intenção de participar e pretendem realizar em novembro seu próprio pleito.
Klimkin declarou que Kiev não reconhecerá as eleições de novembro e pediu a União Europeia e a Rússia que lancem uma clara mensagem de que esta eleição não será aceita ou reconhecida.
Na quarta-feira, o governo alemão pediu esclarecimentos sobre as acusações de violação dos direitos humanos na Ucrânia, e incluiu tanto o uso de bombas de fragmentação por parte de Kiev como os abusos dos separatistas sobre a população civil.
O porta-voz do executivo alemão, Steffen Seibert, informou que Berlim tomou nota do relatório da HRW, mas também do desmentido posterior de Kiev.
Seibert destacou que nem a Ucrânia nem a Rússia assinaram ainda a convenção internacional que proíbe o emprego deste tipo de armamento e acrescentou que a Alemanha aplaudiria se ambos o fizessem.