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Ucrânia lança bombardeio massivo contra a Rússia e atinge alvos militares e do setor de energia

Moscou acusou uso de mísseis de longo alcance de fabricação americana e britânica na ação, que atingiu regiões a cerca de 1.000 km da fronteira

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 11h08.

Em um ataque massivo com mais de 200 mísseis e drones, a Ucrânia atingiu uma série de instalações dentro da Rússia entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça, em uma ação descrita por fontes de Kiev como uma das mais eficazes desde que o território russo virou alvo de ações ofensivas ucranianas. Autoridades afirmam que uma fábrica de armas e uma central de gás natural estão entre os locais atingidos, enquanto Moscou acusou o país inimigo de utilizar mísseis ocidentais de longo alcance.

O chefe do Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia, Andriy Kovalenko, afirmou que cinco cidades russas foram bombardeadas: Engels, Saratov, Kazan, Bryansk e Tula. De acordo com um oficial ucraniano ouvido em anonimato pela Bloomberg, os alvos seriam duas fábricas de produtos químicos nas regiões de Tula e Bryansk, um depósito de munição no campo de aviação de Engels e uma refinaria de petróleo da Rosneft PJSC em Saratov.

Em Kazan, a cerca de 1.000 km da fronteira, o alvo foi a fábrica de Orgsintez, de produtos químicos, descrita pela autoridade ucraniana como "de importância direta para o complexo militar-industrial russo". A instalação teria sido "danificada", ainda de acordo com Kovalenko.

Autoridades russas e a imprensa local também se manifestaram sobre os ataques. Em Saratov, o governador regional confirmou danos a dois centros industriais. Na região do Tartaristão, um drone atingiu um centro de armazenamento de gás, enviando chamas e fumaça espessa em direção ao céu perto da cidade de Kazan, de acordo com a mídia e o governo regional.

O Ministério da Defesa russo também se manifestou, e disse que abateu seis mísseis ATACMS, de fabricação americana, e seis mísseis de cruzeiro Storm Shadow, de fabricação britânica, na região fronteiriça de Bryansk. Também disse ter abatido outros dois Storm Shadow sobre o Mar Negro. Ao todo, de acordo com as defesas russas, 146 drones ucranianos foram abatidos fora da zona de conflito no último dia.

Desde o início de 2024, drones ucranianos têm atacado refinarias de petróleo bruto russas em uma tentativa de reduzir o fornecimento de combustível ao Exército e cortar a receita de Moscou com as exportações de produtos petrolíferos. Nos últimos meses, Moscou e Kiev aumentaram os ataques um contra o outro antes da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em um sinal de que buscam possíveis vantagens em uma futura negociação de paz mediada por Washington.

O Estado-Maior da Ucrânia classificou, em uma publicação nas redes sociais, como "o ataque mais massivo contra as instalações militares dos ocupantes", detalhando que os alvos atingidos estavam a distâncias entre 200 a 1.100 km no interior do território russo. Um blogueiro ucraniano Nikolayevski Vanyok, que analisa os ataques russos na Ucrânia, escreveu que o bombardeio noturno contra de Kiev contra as cidades russas foi "provavelmente um dos mais eficazes" do conflito.

"[Houve] ataques dolorosos em complexos militares-industriais inimigos e infraestrutura de energia em lugares que geralmente não recebem muitos ataques", escreveu.

Separadamente, a Força Aérea ucraniana disse que seus sistemas de defesa derrubaram 58 drones iranianos lançados pela Rússia, enquanto outros 21 foram inutilizados com sistemas de interferência eletrônica ou caíram.

 

 

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