Mundo

Ucrânia e Rússia reivindicam avanços na região russa de Kursk

Ataque em grande escala quebrou uma sequência de vários meses de reveses das tropas da Ucrânia

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 15 de agosto de 2024 às 16h02.

Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 17h49.

Tudo sobreUcrânia
Saiba mais

A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira, 15, que suas tropas obtiveram novos avanços na Rússia e já controlam mais de 1.000 km² do território russo, enquanto Moscou declarou que havia recuperado um vilarejo tomado pelas forças de Kiev e que enviaria reforços para a área.

No maior ataque de um Exército contra o solo russo desde a Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que suas forças haviam tomado Sudzha, cidade com 5,5 mil habitantes e maior localidade desde o início da surpreendente incursão, a 8 km da fronteira.

"Desde o início das operações na região de Kursk, nossas tropas avançaram 35 quilômetros para o interior" e tomaram "82 localidades" em uma área de 1.150 km², acrescentou ele, em uma reunião com o chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Sirski.

Este ataque em grande escala quebrou uma sequência de vários meses de reveses das tropas da Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa há dois anos e meio.

O general Sirski indicou que suas tropas estabeleceram uma administração militar na região de Kursk, "para manter a lei e a ordem e atender às necessidades prioritárias da população nos territórios controlados".

Mais de 120 mil russos deslocados

Dezenas de pessoas prestaram homenagem nesta quinta-feira em uma igreja ortodoxa de Sumy, do lado ucraniano da fronteira, a seis de seus militares mortos na ofensiva.

Os familiares das vítimas foram consolados por amigos e parentes, enquanto o sacerdote entoava uma missa fúnebre em uma cerimônia com muitas coroas de flores e queima de incenso.

"É tão difícil se despedir, porque queremos que vivam para sempre, que vivam entre nós como filhos honrados de sua pátria", disse o sacerdote.

Ao final dos sepultamentos, que foram acompanhados por um coro, as sirenes antiaéreas lembraram que a guerra continuava.

Em Kursk, jornalistas da AFP viram cerca de 500 evacuados das áreas de fronteira formando uma fila frente a uma distribuição de comida e roupas organizada pela Cruz Vermelha Russa.

Moscou afirma que mais de 120 mil pessoas foram deslocadas pelo ataque e pelos combates.

Os confrontos mataram pelo menos 12 civis e 121 ficaram feridos, de acordo com as autoridades russas, que não atualizam o balanço desde segunda-feira.

Moscou enviou reforços para a área e para a região de Belgorod e anunciou a reconquista de um vilarejo em Kursk.

As forças russas "retomaram o vilarejo de Krupets" e "continuam freando" os ataques ucranianos na região de Kursk, informou o Exército em um comunicado.

O Exército russo também preparou "ações concretas" para defender a região de Belgorod, declarou o ministro russo da Defesa, Andrei Belusov, em uma reunião com oficiais, incluindo o governador dessa região, Vyacheslav Gladkov.

Tanto a região de Kursk quanto a de Belgorod haviam sofrido pequenas incursões desde que o presidente russo, Vladimir Putin, lançou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

A Ucrânia, no entanto, nunca havia realizado um ataque de tamanha magnitude.

Ataques intensos

Kiev argumenta que a ofensiva é necessária para sua "autodefesa" e especialistas sugerem que pode se tratar de uma tentativa de aliviar a pressão no front leste.

Apesar disso, as tropas ucranianas ainda enfrentam dificuldades na região do Donbass, que Moscou busca conquistar.

Pelo menos cinco pessoas morreram em bombardeios russos no leste e no sul da Ucrânia, anunciaram as autoridades locais nesta quinta-feira.

Duas morreram na região de Kharkiv, no nordeste, outra na de Donetsk, no leste, e mais duas em Kherson, no sul.

"A maioria dos ataques russos ocorre no leste do Donbass", afirmou Zelensky.

As tropas russas informaram nesta quinta-feira sobre a captura de Ivanivka, uma localidade ucraniana situada na linha de frente e a apenas 15 km da cidade de Pokrovsk, crucial para o suprimento das forças ucranianas.

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaGuerrasRússia

Mais de Mundo

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos