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Ucrânia e rebeldes trocam acusações sobre ataque a comboio

Forças do governo mantiveram a pressão sobre os separatistas em combates durante a madrugada desta segunda-feira


	Separatista: porta-voz militar ucraniano disse que um disparo de míssil dos rebeldes sobre os ônibus causou diversas mortes
 (Sergei Karpukhin/Reuters)

Separatista: porta-voz militar ucraniano disse que um disparo de míssil dos rebeldes sobre os ônibus causou diversas mortes (Sergei Karpukhin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 11h21.

Kiev/Berlim - A Ucrânia acusou rebeldes pró-Rússia nesta segunda-feira de disparar um foguete em um comboio de ônibus com refugiados perto da cidade de Luhansk, matando pessoas dentro dos veículos em chamas, mas os separatistas negaram responsabilidade pelo episódio.

Forças do governo mantiveram a pressão sobre os separatistas em combates durante a madrugada desta segunda-feira (horário local), isolando ou reconquistando posições detidas pelos rebeldes, após o fracasso das negociações internacionais em busca de um cessar-fogo.

Um porta-voz militar ucraniano disse que um disparo de míssil dos rebeldes sobre os ônibus causou diversas mortes, de total ainda desconhecido.

“Um poderoso ataque de artilharia atingiu um comboio de refugiados perto da área de Khryashchuvatye e Novosvitlivka. A força do impacto no comboio foi tão forte que as pessoas queimaram vivas nos veículos - elas não foram capazes de sair”, disse o porta-voz Anatoly Proshin ao canal ucraniano de TV 112.ua.

Nove soldados ucranianos morreram nos combates durante a noite.  Um líder rebelde negou que suas forças tenham a capacidade militar de conduzir tal ataque, e acusou o governo de regularmente atacar a área, inclusive com mísseis Grad, feitos na Rússia.

“Os próprios ucranianos bombardeiam a rodovia constantemente com aviões e Grads. Parece que agora eles mataram mais civis, como têm feito nos últimos meses. Nós não temos a capacidade de enviar Grads para aquele território”, disse Andrei Purgin, vice-primeiro-ministro da autodeclarada República Popular de Donetsk. 

Relatos sobre novos avanços da companha militar de Kiev acontecem após o sucesso de forças do governo no fim de semana, quando tropas levantaram a bandeira nacional em Luhansk, uma cidade mantida por separatistas pró-Rússia desde que o conflito se iniciou, em abril.  Apesar das sanções ocidentais, a crise tem desafiado as tentativas de um acordo internacional e gerado o pior momento entre Rússia e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria. 

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que todas as questões acerca de um comboio humanitário enviado por Moscou para ajudar as áreas necessitadas no leste da Ucrânia haviam sido resolvidas durante conversas internacionais realizadas em Berlim. 

Mas, segundo ele, nenhum progresso foi alcançado com os ministros equivalentes da Ucrânia, Alemanha e França sobre um cessar-fogo ou solução política. “Não somos capazes de relatar resultados positivos sobre alcançar um cessar-fogo e sobre o processo político”, disse o ministro russo em uma coletiva de imprensa.

Com os rebeldes agora aparentemente perdendo terreno dia a dia para forças do governo, e com a liderança do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, vendo uma vitória até o Dia da Independência do país, no próximo sábado, é improvável que Kiev veja qualquer vantagem em concordar com um cessar-fogo agora.  A ONU disse neste mês estimar que 2.086 pessoas, incluindo civis e combatentes, tenham morrido no conflito.

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