O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko: "o Grupo de Contato assinou o documento que preparamos com uma grande quantidade de tensão" (Sergei Gapon/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 08h42.
Minsk - A Ucrânia e os rebeldes separatistas assinaram nesta quinta-feira, em Minsk, um mapa do caminho para restabelecer a paz no leste da Ucrânia, em particular um cessar-fogo a partir de 15 de fevereiro e a retirada de armas pesadas na linha de frente.
"O Grupo de Contato assinou o documento que preparamos com uma grande quantidade de tensão", afirmou o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, após 16 horas de negociações em Minsk (Belarus).
O acordo prevê um cessar-fogo a partir de domingo e a retirada dos beligerantes e das armas pesadas.
A informação foi confirmada pelo presidente russo, Vladimir Putin, persente nas negociações.
"Conseguimos alcançar um acordo sobre o essencial", disse.
O presidente francês, François Hollande, que também participou nas negociações de Minsk, confirmou uma "solução política global e um cessar-fogo" na Ucrânia.
O chefe de Estado francês disse que há "uma esperança real" de resolver o conflito, mas "nem tudo está feito".
A chanceler alemã Angela Merkel também participou nas negociações de Minsk.
"Agora temos um raio de esperança", disse Merkel, de acordo com declarações transmitidas por seus conselheiros.
"Mas não tenho nenhuma ilusão, não criamos ilusões. Ainda teremos grandes obstáculos pela frente, mas existe uma verdadeira oportunidade de fazer evoluir as coisas para melhor".
Pouco antes, o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que o acordo de paz alcançado em Minsk "não é uma solução global e muito menos um avanço".
Para o líder separatista pró-Rússia Alexander Zajarchenko, o mapa do caminho é uma "esperança para uma resolução pacífica".
"Não temos outro remédio a não ser dar esta oportunidade à Ucrânia. Todo o país mudará", disse outro líder rebelde, Igor Plotnitsky, depois que ambos assinaram o documento.
Poroshenko, Putin, Hollande e Merkel passaram a noite em Minsk negociando um acordo para tentar acabar com 10 meses de guerra no leste da Ucrânia entre as tropas leais a Kiev e separatistas pró-Rússia, que deixou mais de 5.300 mortos.