Zelensky já havia dado declarações similares sobre a Otan, na semana passada, em entrevista à televisão americana ABC (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 15 de março de 2022 às 13h45.
Última atualização em 15 de março de 2022 às 13h51.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou, nesta terça-feira, 15, que seu país tem de aceitar que não se tornará membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma das principais razões alegadas pela Rússia para justificar sua invasão.
"A Ucrânia não é um membro da Otan. Entendemos isso. Durante anos, ouvimos que as portas estavam abertas, mas também ouvimos que não podíamos aderir. Essa é a verdade e precisa ser reconhecida", afirmou o presidente, em uma videoconferência com autoridades militares. "Estou feliz que nosso povo comece a entender isso e a contar apenas com nossas próprias forças", disse.
O presidente lamentou, porém, que a Otan, "que parece hipnotizada pela agressão russa", negue-se a criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia. "Ouvimos argumentos, dizendo que a Terceira Guerra Mundial poderia começar, se a Otan fechasse seu espaço para os aviões russos. Por isso não se criou uma zona aérea humanitária sobre a Ucrânia. Por isso os russos podem bombardear cidades, hospitais e escolas", acusou.
Zelensky já havia dado declarações similares sobre a Otan, na semana passada, em entrevista à televisão americana ABC.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e, desde então, lança uma ofensiva implacável contra esta ex-república soviética.
O presidente russo, Vladimir Putin, alega que quer uma garantia de que a Ucrânia nunca entrará para a Otan. Criada para proteger a Europa da ameaça soviética no início da guerra fria, esta aliança militar transatlântica foi sendo continuamente ampliada depois, até chegar às portas da Rússia.
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