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Ucrânia corta fornecimento de gás natural russo através do seu território

Países da Europa poderão ter interrrupções de fornecimento após a medida

Instalações de gás na Eslováquia, que recebe o produto da Ucrânia (Tomas Benedikovic/AFP)

Instalações de gás na Eslováquia, que recebe o produto da Ucrânia (Tomas Benedikovic/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 1 de janeiro de 2025 às 10h37.

A Ucrânia interrompeu nesta quarta-feira, 1º de janeiro, o transporte de gás natural russo através de seu território, conforme havia alertado que faria nos últimos dias, de acordo com informações fornecidas pelo operador de gás ucraniano.

"Às 7h da manhã, horário de Kiev, em 1º de janeiro de 2025, expirou o Acordo de Interação entre GTSOU e Gazprom para os pontos de interconexão física entre os sistemas de transporte de gás da Ucrânia e da Rússia datado de 30 de dezembro de 2019", disse  o operador ucraniano, em comunicado.

"Em consequência, foi encerrado o transporte de gás natural do ponto de entrada de Sudzha na fronteira oriental da Ucrânia para os pontos de saída nas fronteiras ocidental e meridional. O operador ucraniano GTS informou seus parceiros internacionais de acordo com o procedimento estabelecido", acrescentou o comunicado.

Dessa forma, a partir de hoje, o sistema de transporte de gás ucraniano está operando sem trânsito de gás russo.

"O operador ucraniano GTS preparou a infraestrutura com antecedência para operar no modo de trânsito zero e garantir suprimentos confiáveis ​​de gás aos consumidores ucranianos. A equipe da empresa está pronta para trabalhar nas novas condições", afirmou Dmytro Lypa, diretor-geral da GTSOU .

Segundo Lypa, as novas condições visam garantir a possibilidade de fornecimento de gás tanto para a Ucrânia quanto através da Ucrânia para consumidores europeus.

A gigante russa do gás Gazprom confirmou hoje o fim do fornecimento de gás através da Ucrânia após o término dos contratos de trânsito de gás pelo sistema de gasodutos ucranianos até a Europa.

"Devido à recusa repetida e claramente expressa do lado ucraniano em renovar esses acordos, a Gazprom se vê privada da capacidade técnica e legal de fornecer gás para trânsito através do território da Ucrânia a partir de 1º de janeiro de 2025", explicou o comunicado do consórcio.

A interrupção do fornecimento de gás russo pela Ucrânia prejudicou as relações entre o país e alguns parceiros europeus que ainda dependem desse fornecimento, especialmente com a Eslováquia, cujo ministro da Economia disse na terça-feira que seu país estava preparado para a interrupção.

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, ameaçou Kiev com medidas recíprocas se o trânsito do combustível for realmente interrompido, como aconteceu hoje.

O sistema de gasodutos ucranianos permite que o consórcio russo Gazprom exporte gás para Áustria, Hungria, Eslováquia e Moldávia, um contrato de trânsito que permite a Kiev ganhar cerca de US$ 700 milhões por ano.

No entanto, a Ucrânia, como disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Bruxelas no dia 19, não permitirá que Moscou "ganhe bilhões adicionais" enquanto continua sua agressão contra o território e o povo ucranianos.

A interrupção do trânsito de gás russo pela Ucrânia tem um impacto significativo na Moldávia, que declarou emergência energética por 60 dias no dia 13, já que sua única usina termelétrica funciona com gás da Rússia.

A situação é ainda mais terrível na região separatista moldava da Transnístria, que depende exclusivamente do gás russo, enquanto o resto da Moldávia pode receber suprimentos da vizinha Romênia.

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