Kiev/Donetsk- Toda a Ucrânia estará ao alcance do "inimigo" se as Forças Armadas perderem o controle do aeroporto internacional da cidade de Donetsk, no leste do país, para os separatistas, disse o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, nesta sexta-feira.
Poroshenko fez o alerta depois de mais uma noite de combates intensos com rebeldes apoiados pela Rússia no aeroporto, parte de mais um surto de violência em um conflito que levou ao pior impasse entre Moscou e o Ocidente desde a Guerra Fria.
Tropas da Ucrânia fizeram uma retirada estratégica diante dos ataques de morteiros e da artilharia dos rebeldes e depois voltaram às suas posições, disseram militares de Kiev.
Seis soldados ucranianos foram mortos em confrontos com os separatistas nas últimas 24 horas, declarou um porta-voz militar, apesar do cessar-fogo vigente há três meses.
Os combates mais recentes, entre eles um bombardeio em um distrito de Donetsk, controlada pelos rebeldes, no qual um pensionista foi morto, ocorreram poucos dias antes de um encontro previsto entre os dois lados para que se tente reforçar o frágil cessar-fogo observando um “dia de silêncio” em 9 de dezembro.
Kiev e seus apoiadores ocidentais acusam a Rússia de enviar soldados através da fronteira e de armar os separatistas, acusações que Moscou nega.
Poroshenko fez seus comentários durante uma cerimônia em Kiev na qual concedeu medalhas a alguns dos defensores que têm mantido obstinadamente o controle do aeroporto desde maio.
“Tenho certeza de que ali estamos defendendo a Ucrânia como um todo”, disse. “Se entregarmos (o aeroporto) de Donetsk, o inimigo chegará a Borispil ou Gostomel, ou até em Lviv”, afirmou.
Borispil é o nome do principal aeroporto internacional da capital, e Gostomel é um pequeno ex-campo de pouso militar nos arredores de Kiev. Lviv é a maior cidade do oeste da Ucrânia.
O porta-voz dos militares, Andriy Lysenko, disse que os separatistas sofreram “grandes derrotas” em três tentativas fracassadas de romper posições ucranianas, inclusive no aeroporto de Donetsk.
Líderes ucranianos e separatistas prometeram respeitar o “dia de silêncio”, concebido para preparar a criação de uma zona desmilitarizada da qual os dois lados irão retirar a artilharia e outros equipamentos militares pesados.
Falando na Basileia, na Suíça, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, declarou nesta sexta-feira que acertar uma linha de demarcação entre os lados rivais é o elemento crucial que emperrou esforços de trégua anteriores.
Seu colega ucraniano, Pavlo Klimkin, também na Basileia, disse: “Temos perdas humanas e sofrimento humano todos os dias. Então, trata-se de realmente fazer dar certo, trata-se de gestos e não só de compromissos e palavras”.
A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que 4.300 pessoas já morreram no conflito.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)