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Ucrânia consegue ajuda militar dos EUA, mas não armas

Presidente Petro Poroshenko assegurou 53 milhões em assistência dos Estados Unidos


	O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, chega ao Congresso americano
 (Saul Loeb/AFP)

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, chega ao Congresso americano (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 20h16.

Washington - O presidente da UcrâniaPetro Poroshenko, assegurou 53 milhões em assistência dos Estados Unidos nesta quinta-feira, mas por ora o presidente Barack Obama recusou aos apelos por armas para lutar contra os separatistas apoiados pelos russos.

Imagens de Poroshenko sentado ao lado de Obama no Salão Oval e da calorosa recepção que ele recebeu em um discurso ao Congresso projetaram uma demonstração simbólica de solidariedade para com o líder da Ucrânia, enquanto ele enfrenta problemas com a Rússia.

A Casa Branca anunciou que a Ucrânia iria receber 53 milhões de dólares em um novo auxílio, incluindo 46 milhões dólares para equipamentos militares, como unidades de antimorteiros, coletes, binóculos, pequenos barcos e outros equipamentos para as forças de segurança da Ucrânia e guardas de fronteira no leste.

Poroshenko usou seu discurso aos membros do Senado e Câmara dos Deputados para pedir ajuda.

"Por favor, me entendam corretamente. Cobertores, óculos de visão noturna também são importantes. Mas não se pode ganhar a guerra com cobertores." Ele acrescentou: "Ainda mais, não se pode manter a paz com um cobertor."

Conseguindo os aplausos dos parlamentares que querem armar a ex-república soviética, Poroshenko declarou que suas forças "precisam de mais equipamentos militares, tanto os letais quanto os não-letais, precisamos urgentemente."

Na Casa Branca, Poroshenko disse a repórteres, depois de suas conversas com Obama, que estava satisfeito com o nível de cooperação.

"Eu pedi ao presidente para aumentar a cooperação no sector de segurança e defesa, e recebi uma resposta positiva", disse ele.

A Otan, por temor de se envolver no conflito da Rússia com o Estado do leste europeu, decidiu contra o envio de armas para a Ucrânia, que tem sido frequentemente desarmada por separatistas apoiados por russos baseados nas áreas de fronteira no leste do país.

Um alto funcionário do governo Obama, perguntado sobre por que os Estados Unidos se opõem a fornecer ajuda letal, disse que Washington acredita que a Ucrânia tem equipamentos suficientes e que os tipos de armamento que têm sido discutidos teriam apenas um valor marginal.

"Não há uma percepção de que haveria uma vantagem militar eficaz que poderia ser dada e que poderia mudar o equilíbrio geral", disse o oficial.

"A Ucrânia estaria extremamente vulnerável a um ataque totalmente apoiado pelos russos." Em suas conversas com Poroshenko, Obama enfatizou sobre um resultado diplomático na Ucrânia.

Os Estados Unidos e seus aliados europeus impuseram uma série de sanções econômicas contra a Rússia por sua anexação à Crimeia e pela incursão no leste da Ucrânia. Obama elogiou Poroshenko pelos esforços para construir um tênue cessar-fogo.

"Estamos preparados para apoiar a Ucrânia em negociações com a Rússia, para garantir que o povo ucraniano possa apreciar o tipo de liberdade e prosperidade que lhes é de direito", disse Obama.

Em seu discurso a parlamentares norte-americanos, Poroshenko ressaltou o caráter histórico do conflito na Ucrânia, chamando-o de "a história mais heroica da última década."

"O resultado da guerra de hoje vai determinar se seremos obrigados a aceitar a realidade de uma escura, conturbada e amarga Europa como parte de uma nova ordem mundial", disse Poroshenko. (Reportagem adicional de Jeff Mason)

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