Arseny Yatseniuk: "Para podermos sobreviver, para podermos evitar um calote, precisamos de uma conferência internacional de doadores" (Andrew Kravchenko/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 11h01.
Kiev - O primeiro-ministro da Ucrânia pediu nesta quinta-feira a realização de uma conferência de credores internacionais para providenciar fundos adicionais ao país de forma a evitar um possível calote.
Em um discurso no Parlamento, Arseny Yatseniuk enfatizou o compromisso de seu governo com a condução de reformas duras para garantir os bilhões de dólares de auxílio financeiro de apoiadores ocidentais. Mas Kiev precisa que os credores estrangeiros coloquem mais dinheiro na mesa, disse.
"Para podermos sobreviver, para podermos evitar um calote, precisamos de uma conferência internacional de doadores, da adoção de um plano ucraniano de recuperação nesta conferência e da ajuda de nossos parceiros ocidentais”, afirmou Yatseniuk ao Parlamento.
Ele se referiu especificamente a uma reportagem do jornal Financial Times, segundo a qual o Fundo Monetário Internacional (FMI), que está visitando Kiev nesta semana para conversar sobre um pacote de resgate de 17 bilhões de dólares já em vigor, identificou a necessidade de 15 bilhões de dólares adicionais no programa.
“No ano que vem, além deste programa oferecido pelo FMI –e nós não dissemos isso, o FT disse– serão necessários 15 bilhões de dólares”, afirmou o premiê.
Ele delineou os planos de seu governo para as reformas econômicas, que incluem uma atualização do sistema tributário, o aumento das tarifas de energia e a privatização de estatais como forma de eliminar a corrupção crônica que ajudou a levar a Ucrânia à beira da falência.
Até agora, a Ucrânia recebeu duas parcelas do programa do FMI no valor de 4,6 bilhões de dólares, mas suas reservas de moeda estrangeira são as mais baixas em uma década desde que o país saldou suas dívidas de gás com a Rússia e devido aos esforços para apoiar a grívnia, a moeda local.
A economia também tem sido abalada pelo custo da guerra separatista no leste, já que o conflito fechou fábricas de aço e minas de carvão e destruiu a infraestrutura de Luhansk e Donetsk, regiões que juntas representavam um sexto do Produto Interno Bruto (PIB) e um quarto da produção industrial do país.
Os combates continuam, apesar da assinatura de um cessar-fogo três meses atrás, e o saldo de mortes subiu para mais 4.300 desde meados de abril.