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Ucrânia afirma ter expulsado tropas russas de pontos estratégicos

Desde o início de setembro, mais de 3.000 km2 voltaram ao controle ucraniano

Ucrânia: apesar dos anúncios de avanço da Ucrânia, as forças russas continuaram seus bombardeios na frente oriental, (AFP/AFP)

Ucrânia: apesar dos anúncios de avanço da Ucrânia, as forças russas continuaram seus bombardeios na frente oriental, (AFP/AFP)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 11 de setembro de 2022 às 11h10.

A Ucrânia afirmou neste domingo ter expulsado tropas russas de vários pontos estratégicos no leste do país, depois que Moscou anunciou uma retirada da região de Kharkiv para reforçar a frente de Donetsk, mais ao sul. 

Em outro grande foco do conflito no momento, a agência de energia nuclear da Ucrânia disse que o último reator ativo na usina de Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, foi desconectado da rede elétrica por razões de segurança.

No início do mês, o exército ucraniano anunciou pela primeira vez uma contraofensiva no sul do país, antes de fazer um avanço relâmpago esta semana no nordeste, na região de Kharkiv.

"Desde o início de setembro, mais de 3.000 km2 voltaram ao controle ucraniano", disse o general Valeri Zaluzhny, comandante-chefe do Exército ucraniano, em comunicado.

"Nos arredores de Kharkiv, começamos a avançar não apenas para o sul e leste, mas também para o norte", acrescentou.

O governador da região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, disse que milhares de pessoas fugiram da região de Kharkiv a caminho da Rússia.

"Não foi a noite ou a manhã mais fácil. Nas últimas 24 horas, milhares de pessoas cruzaram a fronteira", disse Viacheslav Gladkov no Telegram.

Estas localidades são importantes em termos logísticos, das quais a Rússia depende para abastecer suas tropas nas linhas de frente no leste da Ucrânia.

Segundo analistas, sua retomada pelas tropas ucranianas afetou as ambições de Moscou na área de Kharkiv.

De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede em Washington, as forças ucranianas penetraram em alguns pontos a uma profundidade "de 70 km" e em cinco dias tomaram "mais território do que foi conquistado pelos russos em todas as suas operações desde abril".

"Armas, armas, armas, é isso que está em nossa agenda desde a primavera. Agradeço aos aliados que responderam ao nosso apelo", disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.

Central de Zaporizhzhia inativa

Apesar dos anúncios de avanço da Ucrânia, as forças russas continuaram seus bombardeios na frente oriental, com as autoridades relatando 10 mortos e 19 feridos na região de Donetsk.

Na usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul, os bombardeios das últimas semanas, pelos quais Kiev e Moscou se acusam mutuamente, provocaram temores de um desastre nuclear na maior usina da Europa.

Neste domingo, a operadora ucraniana de energia atômica, Energoatom, anunciou que o reator número 6 foi desconectado da rede elétrica ao amanhecer, e "estão em andamento os preparativos para seu resfriamento".

Durante três dias, esse reator foi o único que produziu a eletricidade necessária para resfriar o combustível nuclear e garantir a segurança da instalação.

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