Mulheres varrem grãos após colheita na região de Zhovtneve, em Chernigov, na Ucrânia (.)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2010 às 11h13.
Kiev - A Ucrânia, um dos maiores exportadores de cereais do mundo, adiou por uma semana a decisão de reduzir as vendas de grãos para o exterior, esperada inicialmente para esta quarta-feira.
O conselho de ministros ucranianos deveria pronunciar-se sobre esta medida nesta quarta-feira, mas por fim decidiu não fazê-lo.
"O exame desta questão foi adiado para o próximo conselho de ministros", previsto para 25 de agosto, informou o vice-ministro da Política Agrária, Sergui Melnik, já que é necessária uma avaliação técnica da medida.
Na véspera, a ministra da Política Agrária, Mykola Prysiajniuk, havia afirmado que seu país iria reduzir as exportações de grãos a 3,5 milhões de toneladas até o final de ano por causa da onda de calor e da seca que afeta o país, seguindo os passos da Rússia.
A Ucrânia, primeiro abastecedor mundial de cevada e sexto de trigo, exportou mais de 21 milhões de toneladas de cereais entre junho de 2009 e junho de 2010.
Esta ex-república soviética já exportou 2,69 milhões de toneladas de cereais desde 1º de julho.
A medida anunciada por Kiev poderia custar à Ucrânia sanções por parte da Organização Mundial do Comércio (OMC), da qual é membro, segundo a imprensa.
Depois da onda de calor que afeta o país há semanas, a colheita de cereais poderá baixar a 42,5 milhões de toneladas contra 46 milhões de toneladas em 2009, de acordo com as estimativas.
A Rússia, terceiro exportador mundial de trigo, anunciou há duas semanas uma suspensão de suas exportações deste cereal e seus produtos derivados a partir de meados de agosto, em função da queda das colheitas.
As estimativas de colheita de trigo para este ano foram reduzidos pelo governo russo a 70-75 milhões de toneladas, ao invés da média anual de 90 milhões, segundo a agência RIA Novosti.
Este anúncio fez com que os preços mundiais do trigo tocassem níveis recordes, depois de ser alvo de um aumento constante nas últimas semanas. A Rússia exportou no ano passado 21,4 milhões de toneladas de cereais.
A Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu recentemente que se os preços dos grãos continuarem disparando, poderá haver problemas de segurança alimentar nos países pobres.
Nos primeiros quatro meses de 2008, os preços das matérias-primas para a elaboração de alimentos subiu 53% com relação ao mesmo período de 2007, afetando aos países mais pobres e provocando revoltas na África, Caribe e Ásia.
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