Ucrânia: o país considera que a Rússia violou dois acordos internacionais (Rob Stothard/Getty Images)
EFE
Publicado em 6 de março de 2017 às 10h30.
Haia - A Ucrânia acusou nesta segunda-feira a Rússia de "apoiar o terrorismo" na Corte Internacional de Justiça (CIJ) e assegurou que as milícias apoiadas por Moscou aumentaram os ataques no leste do país, por isso solicitou medidas preliminares ao tribunal para que o Estado russo deixe de financiar esses grupos armados.
"A Ucrânia veio a esta Corte para defender os direitos humanos de seu povo", disse aos juízes a vice-ministra de Relações Exteriores do país, Olena Zerkal, que acrescentou que esses "direitos fundamentais foram violados por um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU".
A representante da Ucrânia contou que seu país vem tentando "negociar o conflito com as autoridades da Rússia", mas as objeções de Kiev "não foram consideradas", o que levou o governo ucraniano a apresentar o conflito ao alto tribunal da ONU.
A Ucrânia considera que a Rússia violou dois acordos internacionais: a convenção pela supressão do financiamento do terrorismo (1999) e o convenção internacional pela eliminação de todas as formas de discriminação racial (1965).
Entre os supostos atos de terrorismo apoiados pela Rússia, a Ucrânia citou o financiamento e o fornecimento de armas a milícias armadas nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país, e a derrubada em julho de 2014 do avião de Malaysia Airlines MH17 com 298 pessoas a bordo, a maioria holandeses.
Este último feito foi apresentado pela acusação ucraniana como um exemplo de ato terrorista porque suas vítimas eram todas civis, o que, segundo o professor de Direito Internacional e representante da Ucrânia, Harold Hongju Kokh, foi "um ataque contra a humanidade".
A representação legal ucraniana também acusou a Rússia de um "castigo coletivo público" contra os tártaros e os ucranianos na Crimeia, onde "agiu de forma mais aberta" ao "invadir e anexar a península" em 2014, acrescentou o representante ucraniano.