Mundo

TV mostra 'dor indescritível' pela morte de líder norte-coreano

Kim Jong-Il morreu no sábado vítima de um ataque cardíaco

Imagens exibidas na TV mostram a reação ao anúncio da morte do dirigente norte-coreano
 (North Korean TV/AFP)

Imagens exibidas na TV mostram a reação ao anúncio da morte do dirigente norte-coreano (North Korean TV/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2011 às 10h24.

Seul - A televisão estatal norte-coreana exibiu cenas de "dor indescritível" depois do anúncio da morte do líder Kim Jong-Il, com pessoas tomadas pela histeria em sinal de luto.

A morte do "Querido Líder" foi anunciada no canal estatal por uma locutora vestida de negro e que chorou abertamente ao dar a notícia, ao som de uma música solene.

Kim faleceu no sábado vítima de um ataque cardíaco, informaram a Pyongyang's Korean Central News Agency (KCNA) e o canal estatal, que ao mesmo tempo pediram à população união ao redor do filho mais novo do dirigente e aparente sucessor, Kim Jong-Un.

Esta será a segunda sucessão na história da dinastia comunista da Coreia do Norte, depois que o fundador do país, Kim Il-Sung, morreu em 1994, quando cenas similares de histeria foram vistas.

"Eles não tentam nem secar as lágrimas e tremem de dor e desespero provocados pela perda", afirma uma nota da agência estatal KCNA, segundo a qual a população de 24 milhões de habitantes se encontra tomada por uma "tristeza indescritível".

A TV estatal exibiu imagens de membros do Partido dos Trabalhadores chorando, batendo em mesas e soluçando.

"Eu não posso acreditar. Como ele pode partir assim? O que nós devemos fazer?", questionou Kang Tae-Ho, visivelmente abalado.


Em Seul, o Daily NK, jornal on-line dirigido por desertores norte-coreanos, informou que Pyongyang mobilizou muitas tropas e aumentou os postos de segurança, fechou mercados a céu aberto e ordenou às pessoas que ficassem em casa.

"Há soldados armados nas ruas a cada quatro metros, militares e oficiais de segurança estão de prontidão em todos os lugares", afirmou uma fonte da cidade de Musan, nordeste do país.

A mesma fonte disse que as pessoas estavam com medo de não demonstrar uma tristeza suficiente no luto, com a recordação das punições decididas pouco depois da morte de Kim Il-Sung há 17 anos.

A TV estatal exibia de maneira ininterrupta imagens das visitas de Kim Jong-Il a bases militares, fábricas, lojas e outros estabelecimentos. Convocou a população a seguir o "espírito do grande general".

No centro de Pyongyang, crianças, trabalhadores e idosos se ajoelharam diante de fotos gigantescas de Kim Jong-Il e de estátuas de Kim Il-Sung, cuja presença é observada em toda a cidade.

"Como eu posso expressar a tristeza... eu não posso falar mais", afirmou um soldado em entrevista à chinesa CCTV, antes de começar a chorar, enquanto as pessoas ao redor cobriam os rostos.

O culto à personalidade já começou a ser transferido de Kim Jong-Il para o filho mais novo, Kim Jong-Un.

"Sob a liderança do camarada Kim Jong-Un, nós vamos transformar nossa tristeza em força e coragem, e supera as atuais dificuldades. Vamos trabalhar duro para a grande vitória da revolução de 'Juche' (autoconfiança)" declarou à KCNA Jong Il-Guk, um militar de 43 anos.

Músicas, danças e outras atividades de entretenimento foram banidas até 29 de dezembro para o período de luto da Coreia do Norte, segundo o correspondente do jornal chinês Global Times.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaComunismoCoreia do NorteGovernoPolítica

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'