Donald Tusk: o presidente do Conselho Europeu foi primeiro-ministro da Polônia entre 2007 e 2014 (Sean Gallup/Getty Images)
EFE
Publicado em 13 de março de 2017 às 09h32.
Varsóvia - O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, foi intimado a prestar depoimento amanhã, terça-feira, como testemunha pela Procuradoria de Varsóvia, dentro de uma investigação sobre um suposto acordo entre os serviços de inteligência de Polônia e Rússia, informou nesta segunda-feira o site polonês "niezalezna.pl".
Donald Tusk foi primeiro-ministro da Polônia entre 2007 e 2014, durante os governos do partido liberal de centro-direita Plataforma Cívica, antes de se transferir para Bruxelas para ocupar a presidência do Conselho Europeu.
A Procuradoria de Varsóvia investiga os laços entre a Agência Militar de Contrainteligência da Polônia e a Agência Federal de Segurança da Rússia, sucessora da soviética KGB, segundo o "niezalezna.pl".
A intimação para que Tusk preste depoimento como testemunha acontece dias depois de sua eleição para continuar à frente do Conselho Europeu, apesar da oposição da própria Polônia, seu país de origem, que tinha proposto o eurodeputado Saryusz-Wolski, também polonês, como candidato alternativo.
O partido que atualmente governa a Polônia, o nacionalista Lei e Justiça, alegou em várias ocasiões que Donald Tusk manteve contatos secretos com Moscou durante sua etapa como primeiro-ministro.
Tusk é acusado, inclusive, de não ter feito o possível para evitar o acidente do avião presidencial polonês em Smolensk, na Rússia, em abril de 2010
O avião presidencial com o então chefe de Estado Lech Kaczynski - irmão do atual líder do partido ultraconservador Lei e Justiça - e 95 representantes da elite política, militar e eclesiástica da Polônia caiu ao tentar aterrissar no aeroporto russo de Smolensk e todos que estavam a bordo da aeronave morreram.