Mundo

Turquia terá medidas de emergência após tentativa golpe

Cerca de 50 mil policiais, soldados, juízes, servidores públicos e professores foram suspensos ou detidos desde a tentativa de golpe no final de semana


	Turquia: Erdogan prometeu extirpar o "vírus" responsável pelo complô de todas as instituições estatais
 (Defne Karadeniz/Getty Images)

Turquia: Erdogan prometeu extirpar o "vírus" responsável pelo complô de todas as instituições estatais (Defne Karadeniz/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 09h24.

Istambul - A Turquia irá anunciar medidas de emergência nesta quarta-feira para tentar dar mais estabilidade ao país e evitar danos à economia, no momento em que expurga milhares de membros das forças de segurança, do Judiciário, do funcionalismo público e das universidades após uma tentativa frustrada de golpe de Estado.

Cerca de 50 mil policiais, soldados, juízes, servidores públicos e professores foram suspensos ou detidos desde a tentativa de golpe no final de semana, o que aumentou as tensões no país de 80 milhões de habitantes que faz fronteira com a conflagrada Síria e é um aliado do Ocidente contra o Estado Islâmico.

Acadêmicos foram proibidos de viajar ao exterior nesta quarta-feira, o que uma autoridade turca disse ser uma medida temporária para evitar que supostos mentores do golpe nas universidades fujam.

A emissora estatal TRT relatou que 95 acadêmicos foram afastados de seus cargos só na Universidade de Istambul.

"As universidades sempre foram cruciais para as juntas militares na Turquia, e se acredita que certos indivíduos estejam em contato com células dentro dos militares", disse uma autoridade do governo.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, culpa uma rede do clérigo Fethullah Gülen, residente nos Estados Unidos, pela tentativa de golpe da noite de sexta-feira, durante a qual mais de 230 pessoas foram mortas enquanto soldados usavam caças de combate, helicópteros militares e tanques para tentar derrubar o governo.

Erdogan prometeu extirpar o "vírus" responsável pelo complô de todas as instituições estatais.

A profundidade e a escala dos expurgos causaram entre seus aliados ocidentais o temor de que Erdogan esteja tentando suprimir toda e qualquer dissidência e que opositores sem relação com o complô sejam vitimados.

O mandatário irá presidir reuniões de gabinete e do Conselho de Segurança Nacional em seu palácio nesta quarta-feira, após as quais uma série de medidas emergenciais devem ser anunciadas. 

Como sinal de quão abalada a liderança turca ficou com o golpe fracassado, que levou à prisão de dezenas de generais e do assistente pessoal de Erdogan, ministros do governo e autoridades de primeiro escalão não foram informadas sobre as reuniões com antecedência.

Cerca de um terço dos cerca de 360 generais turcos em atividade foram detidos desde o golpe malsucedido, disse um segundo funcionário de alto escalão, sendo que 99 acusados aguardam julgamento e 14 outros estão detidos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaPrisõesTurquia

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado