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Turquia quer ter papel mais ativo na Síria

Turquia quer prevenir que a Síria se divida em bloco étnicos, disse o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim

Síria: Principal preocupação é que as milícias curdas, que dominam o nordeste da Síria, fiquem ainda mais fortes (REUTERS/Abdalrhman Ismail)

Síria: Principal preocupação é que as milícias curdas, que dominam o nordeste da Síria, fiquem ainda mais fortes (REUTERS/Abdalrhman Ismail)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2016 às 10h10.

Istambul - A Turquia quer ter um papel "mais ativo" no conflito da Síria nos próximos seis meses para prevenir que esse país se divida em blocos étnicos, disse o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, em declarações publicadas neste sábado pelo jornal turco "Daily Sabah".

Nesse contexto, o presidente sírio, Bashar al-Assad, poderia manter um papel em um governo de transição, mas não no futuro do país, acrescentou Yildirim.

Segundo aponta o citado jornal, a principal preocupação de Ancara é que as milícias curdas, que dominam o nordeste da Síria, fiquem ainda mais fortes na região.

Essa suposta força poderia dar novos ânimos ao Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda da Turquia, que combate contra as forças da ordem turcas especialmente nas províncias limítrofes com a Síria e Iraque, habitadas por maioria curda, e compartilha a visão ideológica das milícias curdo-sírias.

Yildirim descartou retomar o processo de paz com o PKK, interrompido em julho de 2015 após o rompimento do cessar-fogo unilateral da guerrilha.

"Não há um novo processo de paz. Não iniciaremos um diálogo com uma organização terrorista", afirmou Yildirim.

O primeiro-ministro turco também criticou os Estados Unidos pela falta de diligência no processo de extradição do predicador turco Fethullah Gülen, que a Turquia considera responsável do fracassado golpe militar de 15 de julho.

"Queremos que o processo se acelere... Este homem era o dirigente do golpe. O que esperam? O acordo entre os dois países está claro", disse Yildirim.

Porta-vozes de Washington lembraram reiteradamente nas últimas semanas que o acordo de extradição prevê um procedimento judicial com acusações e provas, argumentando que "ainda está sendo estudado" se o material enviado por Ancara realmente cumpre com estas condições. 

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