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Turquia pode deixar estrangeiros usarem suas bases contra EI

Turquia pode enviar tropas para a Síria e para o Iraque e permitir que soldados estrangeiros utilizem suas bases para incursões contra militantes


	Soldados turcos: governo apresentou a proposta para o Parlamento na noite de terça-feira
 (Burak Kara/Getty Images)

Soldados turcos: governo apresentou a proposta para o Parlamento na noite de terça-feira (Burak Kara/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 10h45.

Ancara - A Turquia pode enviar tropas para a Síria e para o Iraque e permitir que soldados estrangeiros utilizem suas bases para incursões contra militantes do Estado Islâmico, de acordo com uma proposta do governo a ser debatida pelo Parlamento na quinta-feira.

O avanço de combatentes do Estado Islâmico para dentro do campo de visão de posições militares turcas na fronteira com a Síria aumentou a pressão para que o governo turco assuma um papel mais robusto na coalizão liderada pelos Estados Unidos que realiza ataques aéreos contra os insurgentes.

Os militantes também avançam sobre um túmulo no norte da Síria guardado por soldados turcos, disse o vice-primeiro-ministro Bulent Arinc na terça-feira. A tumba de Suleyman Shah, avô do fundador do Império Otomano, se tornou território turco sob um tratado assinado com a França em 1921, quando a França dominava a Síria.

O governo apresentou a proposta para o Parlamento na noite de terça-feira, a qual ampliaria os poderes militares existentes, em uma tentativa de capacitar o Exército a “derrotar ataques direcionados a nosso país de todos os grupos terroristas no Iraque e na Síria”.

“O gabinete ministerial decidiu… pedir permissão do Parlamento… para enviar as Forças Armadas turcas caso necessário para outros países em operações e intervenções, e para posicionar militares estrangeiros na Turquia para o mesmo propósito”, disse a proposta. Como o partido governista AK tem ampla maioria no Parlamento, a proposta deve ser aprovada.

A Turquia, membro da Otan, até agora se recusou a assumir um papel central na campanha militar liderada pelos EUA, temendo poder fortalecer o presidente sírio, Bashar al-Assad, e ajudar militantes curdos aliados de curdos turcos que há três décadas buscam maior autonomia.

O país também argumentou que apenas ataques aéreos teriam pouco efeito sobre a instabilidade a longo prazo de sua fronteira ao sul, que se estende por 1.200 quilômetros.

Mas sua retórica endureceu depois da captura de 46 turcos, cujo sequestro por militantes do Estado Islâmico deixaram Ancara receosa de tomar alguma atitude. Eles foram libertados neste mês. Os EUA possuem uma base aérea em Incirlik, no sudoeste da Turquia, perto da fronteira síria. 

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