Mundo

Turquia pede saída de embaixador de Israel devido a mortes em Gaza

País convocou seus embaixadores em Tel Aviv e Washington, pedindo uma reunião de emergência de nações islâmicas

Turquia: país pediu que o embaixador de Israel deixe o país nesta terça-feira depois que forças israelenses mataram 60 palestinos durante protestos (Henry Nicholls/Reuters)

Turquia: país pediu que o embaixador de Israel deixe o país nesta terça-feira depois que forças israelenses mataram 60 palestinos durante protestos (Henry Nicholls/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 15 de maio de 2018 às 13h47.

Ancara - A Turquia pediu que o embaixador de Israel deixe o país nesta terça-feira depois que forças israelenses mataram 60 palestinos durante protestos na fronteira com Gaza em repúdio à abertura da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

Ancara vem sendo uma das críticas mais contundentes à reação de Israel aos protestos em Gaza e à transferência da embaixada, convocando seus embaixadores em Tel Aviv e Washington e pedindo uma reunião de emergência de nações islâmicas na sexta-feira.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, descreveu os episódios de violência de segunda-feira, os mais mortíferos para os palestinos desde o conflito de 2014 em Gaza, como genocídio e classificou Israel como um Estado terrorista. O governo decretou três dias de luto.

"O embaixador israelense tomou conhecimento de que nosso enviado em Israel foi chamado para consultas, e foi informado de que seria apropriado ele voltar ao seu país por algum tempo", disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores turco.

O porta-voz do governo, Bekir Bozdag, disse ao Parlamento nesta terça-feira que a Turquia considera os EUA responsáveis pelo derramamento de sangue de segunda-feira.

"O sangue de palestinos inocentes está nas mãos dos Estados Unidos. Os Estados Unidos são parte do problema, não da solução", disse.

As relações entre Ancara e Washington, dois aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), se tensionaram muito devido à transferência da embaixada, a desentendimentos sobre mobilizações militares no norte da Síria e a processos contra cidadãos turcos e norte-americanos em tribunais dos respectivos países.

Houve manifestações contra Israel em Istambul e na capital Ancara. Erdogan, que está fazendo campanha para as eleições parlamentares e presidencial do mês que vem, disse que uma manifestação será realizada na sexta-feira em protesto contra as mortes.

A causa palestina ecoa entre muitos turcos, incluindo os eleitores nacionalistas e religiosos que foram a base de apoio de Erdogan.

Bozdag disse ao Parlamento que a manifestação em planejamento em Istambul "mostrará mais uma vez que o povo turco não ficará em silêncio diante da injustiça e da crueldade, que defende as vítimas diante dos cruéis".

O primeiro-ministro, Binali Yildirim, também disse que países muçulmanos deveriam rever seus laços com Israel após os episódios de violência de segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Faixa de GazaIsraelTurquia

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado