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Turquia lamenta que Macron seja contra entrada da Turquia na UE

O presidente francês afirmou ontem (27) que o presidente turco defende um projeto pan-islâmico, que vai contra os princípios do bloco

Macron: o presidente defendeu uma aliança estratégica com a Rússia e a Turquia (Philippe Wojazer/Reuters)

Macron: o presidente defendeu uma aliança estratégica com a Rússia e a Turquia (Philippe Wojazer/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 14h25.

Istambul - O Ministério das Relações Exteriores da Turquia acusou nesta terça-feira o presidente da França, Emmanuel Macron, de não "entender a realidade" turca e lamentou o fato de o líder ser contra a entrada de seu país na União Europeia (UE).

"Encaramos com profunda tristeza que o presidente francês, Emmanuel Macron, na conferência de embaixadores ontem em Paris, tivesse algumas palavras negativas do nosso país e das nossas relações com a UE", segundo um comunicado publicado no site da Chancelaria.

"Ficou claro mais uma vez que Macron, embora tenhamos dado reiteradamente explicações em todos os fóruns, está longe de entender a realidade da Turquia", afirma a nota em reação ao discurso de Macron em Paris.

Eu sua alocução, o presidente francês pediu que a Europa construa uma "associação estratégica" com a Rússia e com a Turquia, mas fechou as portas para uma eventual integração deste país na UE, já que, segundo sua opinião, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defende um "projeto pan-islâmico" que vai contra os princípios do bloco.

O comunicado de Ancara lembra que, depois de passar por uma "difícil época após o golpe de Estado" de 2016, o estado de emergência foi retirado em julho deste ano e "uma Turquia mais forte com o sistema presidencialista, democrática e laica está decidida a avançar no caminho para a plena integração na UE".

Além disso, critica Macron por ter falado de "islamismo" e "terrorismo islâmico", já que "o terrorismo não tem religião, nem nação, nem raça".

"Queremos expressar mais uma vez que consideramos extremamente errado vincular o terrorismo a qualquer religião", afirma o texto, assinado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, Hamid Aksoy.

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