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Turquia faz ataque na fronteira entre Síria e Iraque antes de ofensiva

Turquia pretende cortar rotas curdas antes de avançar sobre o nordeste da Síria

Erdogan: presidente turco deve visitar os Estados Unidos em novembro (Murad Sezer/Reuters)

Erdogan: presidente turco deve visitar os Estados Unidos em novembro (Murad Sezer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 17h37.

Ancara/Istambul — Forças militares da Turquia atacaram a fronteira entre a Síria e o Iraque para impedir forças curdas de usar a rota para reforçar o nordeste sírio enquanto Ancara se prepara para atacar o local na esteira da inesperada retirada dos Estados Unidos da área, disseram autoridades turcas à Reuters nesta terça-feira.

A Turquia se diz pronta para avançar sobre o nordeste da Síria agora que os EUA começaram a retirar tropas da fronteira turca-síria, uma mudança de diretriz abrupta do presidente Donald Trump amplamente criticada em Washington por ter sido vista como uma traição de seus parceiros curdos.

A medida deixará as forças lideradas por curdos, aliadas de longa data de Washington, vulneráveis a uma incursão das Forças Armadas Turcas (TSK), que as rotulam como terroristas devido aos seus laços com militantes curdos responsáveis por uma insurgência já antiga na Turquia.

Dando detalhes sobre o ataque da madrugada, uma autoridade de segurança disse que um dos principais objetivos é interromper uma rota de trânsito entre o Iraque e a Síria que é usada com frequência por grupos armados curdos "antes da operação na Síria".

"Desta maneira, o trânsito do grupo para a Síria e as linhas de apoio, inclusive de munição, são cortados", disse a autoridade.

Não ficou claro que tipo de dano ocorreu ou se houve baixas. Os detalhes do ataque, uma operação conjunta do serviço de inteligência e dos militares da Turquia, são nebulosos. Uma autoridade o descreveu como um ataque aéreo, e outra disse que o local se tornou "inutilizável graças a vários meios".

Trump negou ter abandonado as forças curdas, que têm sido as parceiras mais eficientes dos EUA no combate ao Estado Islâmico na Síria, mas elogiou a Turquia como parceira comercial, amenizando o tom horas depois de ameaçar "destruir totalmente" a economia da Turquia se esta agir "além dos limites" em solo sírio.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, visitará os EUA em 13 de novembro a convite de Trump, disse um porta-voz da Casa Branca. Na segunda-feira, Erdogan disse que tropas norte-americanas começaram a partir após uma conversa telefônica que teve com Trump, acrescentando que o diálogo entre autoridades dos dois países a respeito do tema continuará.

Em meio à preocupação humanitária crescente, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, exortou todas as partes presentes no nordeste sírio a mostrarem o máximo de moderação e protegerem os civis.

Sinalizando mais uma mudança em potencial no equilíbrio de poder da região, as forças de liderança curda disseram que podem começar a conversar com o governo sírio e a Rússia para preencher um vácuo de segurança no caso de uma retirada total dos EUA.

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