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Turquia enfrenta dia de tensão por funeral de jovem

Turquia enfrenta nova jornada de tensão com o funeral do adolescente morto que ficou em coma por nove meses

Corpo de Berkin Elvan é carregado durante protesto na Turquia: jovem tinha 15 anos e entrou em coma após ser atingido por uma bomba pela polícia (Murad Sezer/Reuters)

Corpo de Berkin Elvan é carregado durante protesto na Turquia: jovem tinha 15 anos e entrou em coma após ser atingido por uma bomba pela polícia (Murad Sezer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 09h04.

Istambul - A Turquia enfrenta nesta quarta-feira uma nova jornada de tensão com o funeral do adolescente morto que ficou em coma por nove meses, e que ontem desencadeou distúrbios antigovernamentais em várias cidades do país.

O funeral de Berkin Elvan, de 15 anos e que entrou em coma após ser atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo pela polícia, é realizado em um templo do bairro de Okmeydani, em Istambul, onde várias pessoas compareceram.

Após esse ato foram convocados novos protestos em várias cidades turcas.

Os distúrbios de ontem à noite em 32 províncias deixaram um saldo de mais de 100 detidos, segundo a emissora "NTV", e vários feridos, entre eles duas mulheres que foram atropeladas por um blindado da polícia na cidade sulina de Mersin.

Um jornalista foi ferido em uma perna ao ser atingido por um veículo policial em Adana e uma mulher foi hospitalizada após ser resgatada pelos transeuntes debaixo de um blindado policial em Istambul, afirma o jornal "Hürriyet".

Este incidente aconteceu em uma cêntrica rua de Istambul, onde a Agência Efe pôde presenciar como a polícia fez ameaças de atacar os manifestantes com seus veículos.

Os enfrentamentos entre a polícia, que utilizou canhões de água a pressão e gás lacrimogêneo, e os manifestantes, que responderam com paralelepípedos e petardos, duraram até o início da madrugada.

A imprensa turca dedica grande parte de seu espaço à morte do adolescente, transformado já em um símbolo para a oposição e um catalisador para protestos que retomam o espírito dos que sacudiram o país no ano passado.

Também o presidente, Abdullah Gül, expressou ontem suas condolências à família de Elvan e ressaltou a necessidade de "traçar uma linha vermelha" para "não dar oportunidade a um dor semelhante no futuro".

*Atualizada às 09/04 do dia 12/03/2014

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