Mundo

Turquia e Israel retomam relações diplomáticas plenas

O pacto sela a reconciliação entre os dois países após seis anos de tensões, causadas pelo ataque israelense à pequena Frota de Gaza


	Diplomacia: o premier ressaltou que, em todo caso, a Turquia seguirá defendendo o direito dos palestinos a estabelecer um Estado próprio
 (Baz Ratner / Reuters)

Diplomacia: o premier ressaltou que, em todo caso, a Turquia seguirá defendendo o direito dos palestinos a estabelecer um Estado próprio (Baz Ratner / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2016 às 08h40.

Ancara - Turquia e Israel chegaram nesta segunda-feira a um acordo para retomar suas relações diplomáticas e intercambiar embaixadores o mais rápido possível, anunciou o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim.

O pacto sela a reconciliação entre os dois países após seis anos de tensões, causadas pelo ataque israelense à pequena Frota de Gaza, no qual morreram 10 ativistas turcos

O texto será assinado na terça-feira pelo subsecretário das Relações Exteriores turco, Feridun Sinirlioglu, atualmente reunido em Roma com a delegação israelense, e depois será aprovado pelo parlamento, sendo que os embaixadores poderão retomar sua atividade, anunciou Yildirim.

Esta troca de embaixadores poderá acontecer "dentro de semanas", precisou.

O líder turco lembrou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já se desculpou pelo ataque em 2013 e confirmou que Israel pagará uma quantidade total de US$ 20 milhões como compensação às famílias de vítimas do ataque.

Cumpridas essas duas condições impostas pela Turquia, o que mais atrasou o acordo foi pactuar a terceira, o levantamento do bloqueio israelense a Gaza, finalmente resolvida mediante uma flexibilização que permite à Turquia enviar ajuda humanitária e construir infraestruturas na Faixa.

Nesta mesma sexta-feira sairá da Turquia uma embarcação com 10 mil toneladas de ajuda humanitária, coordenada pela "Afad", a agência turca governamental de emergências, que desembarcará sua carga no porto israelense de Ashdod, anunciou Yildirim.

Além disso, em breve será completada a construção de um hospital de 200 camas em Gaza e serão iniciados projetos de moradia pública e a criação de uma zona industrial em Jenin, na Cisjordânia.

O primeiro-ministro ressaltou que, em todo caso, a Turquia seguirá defendendo o direito dos palestinos a estabelecer um Estado próprio.

"Já falamos com as famílias; se for necessário voltaremos a falar", indicou, em aparente referência a um comunicado da ONG turca IHH, organizadora da pequena Frota de 2010, que criticou o acordo, lamentando que pretende pôr fim ao julgamento em Istambul contra os altos cargos israelenses responsáveis pelo ataque.

Yildirim não confirmou e nem desmentiu este extremo e se limitou a repetir que falará com as famílias.

Rejeitou também quer que a ajuda humanitária enviada ao porto de Ashdod equivalha a "reconhecer o embargo" e insistiu que trata-se de uma "tragédia humanitária" na qual Turquia se propõe "ajudar as pessoas, sem se importar com o que os outros dizem".

O primeiro-ministro ressaltou que, em todo caso, a Turquia seguirá defendendo o direito dos palestinos a estabelecer um Estado próprio.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDiplomaciaEuropaIsraelTurquia

Mais de Mundo

Millennials estão mais ricos do que o esperado, mas a maioria ainda se sente estagnada

Imigração dos EUA se desculpa após deter cidadãos americanos que falavam espanhol

EUA congelam financiamento federal para ONGs que atendem migrantes

Trump confirma contatos com Moscou para repatriar vítimas russas de acidente aéreo