Mundo

Turquia é acusada de participar dos combates em Nagorno

Quando ocorreram os maiores combates desde a entrada em vigor do cessar-fogo em 1994, foram detectadas comunicações por rádio em turco


	Conflito: quando ocorreram os maiores combates desde a entrada em vigor do cessar-fogo em 1994, foram detectadas comunicações por rádio em turco
 (Vahram Baghdasaryan / Reuters)

Conflito: quando ocorreram os maiores combates desde a entrada em vigor do cessar-fogo em 1994, foram detectadas comunicações por rádio em turco (Vahram Baghdasaryan / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 11h55.

Moscou - Militares turcos participaram do lado azerbaijano nos combates pelo controle de Nagorno Karabakh, denunciou nesta quarta-feira um representante das autoridades do enclave armênio.

"Instrutores e oficiais (turcos) não só exercem como assessores militares do exército azerbaijano, como há casos de participação direta dos soldados turcos com uniformes azerbaijanos em destacamentos especiais", disse Arsen Melik-Shajnazarov, porta-voz de Karabakh em Moscou, à agência russa "Interfax".

A fonte disse que as autoridades da autoproclamada república de Nagorno (Alto) Karabakh apresentarão "provas concretas da participação de forças especiais turcas nas operações do primeiro dia".

Melik-Shajnazarov destacou que no sábado, quando ocorreram os maiores combates desde a entrada em vigor do cessar-fogo em 1994, foram detectadas comunicações por rádio em turco.

"A Turquia não só apoia totalmente a política do Azerbaijão, como também vende e fornece armas, de veículos blindados a plataformas de lançamento de mísseis, fuzis e outras coisas. Isto é um fato bem conhecido", acrescentou.

A Armênia também acusou Ancara de desempenhar um "papel negativo" sobre Nagorno Karabakh e se opôs a seu possível participação como mediador numas possíveis negociações de paz.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, disse que Moscou não acusa a Turquia de instigar o conflito, mas condenou as tentativas de "atores externos" de impactar o processo de paz entre armênios e azerbaijanos.

Logo após o início das hostilidades, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Ancara apoiará o Azerbaijão "até o final", por isso Yerevan o acusou de incentivar os agressivos planos militares de Baku.

Após o acordo de cessação do fogo alcançado na terça-feira, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, insistiu que "ninguém tinha dúvidas de que, no momento da verdade, a Turquia estará com o Azerbaijão".

A Chancelaria turca também emitiu uma declaração conjunta com Azerbaijão e Irã a favor de um breve acerto pacífico e da estabilidade na região banhada pelos mares Negro e Cáspio, contanto que se respeite sempre a integridade territorial de seu aliado.

A cessação do fogo estipulada ontem ao meio-dia é amplamente respeitada, embora ambos os lados tenham se acusado de algumas violações menores ao longo da fronteira.

Os países mediadores - Rússia, EUA e França - pediram a ambas as partes que retomem as negociações de paz, para as quais o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, viajará a Baku nesta quarta-feira. 

Acompanhe tudo sobre:ArmêniaÁsiaAzerbaijãoEuropaGuerrasTurquia

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia