Turquia: país considera as YPG uma organização terrorista, por seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, a guerrilha curda da Turquia, por isso não reconhece o status de prisioneiros de guerra dos milicianos (Bulent Kilic/Getty Images)
EFE
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 17h18.
Istambul - A Turquia garantiu nesta segunda-feira que capturou em quase cinco semanas de ofensiva no nordeste da Síria 58 militantes das Unidades de Proteção do Popular (YPG, na sigla em curdo), a milícia que domina o distrito curdo-sírio de Afrin.
Um porta-voz do exército declarou à agência de notícias "Anadolu" que, desde o início da operação em janeiro, os soldados turcos "neutralizaram" - ou seja, foram abatidos, feridos ou capturados - 2.059 combatentes inimigos, dos quais 58 se entregaram e foram levados para as autoridades judiciais turcas.
A Turquia considera as YPG uma organização terrorista, por seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), a guerrilha curda da Turquia, por isso não reconhece o status de prisioneiros de guerra dos milicianos capturados.
De fato, na primeira semana da ofensiva, sete milicianos capturados em Afrin foram apresentados em um tribunal em Hatay sob acusações de terrorismo, e pelo menos três foram colocados em prisão preventiva.
Apesar do cessar-fogo decretado pelas Nações Unidas para a Síria, a operação turca continua, já que a Turquia exige que "grupos terroristas" fiquem de fora da trégua.
Hoje foram enviadas a Afrin unidades especiais de polícia e gendarmaria turcas, algo que o porta-voz do governo, Bekir Bozdag, definiu como uma nova fase na ofensiva.
"Até agora, a operação tem se desenvolvido longe das cidades. Mas agora está sendo preparado o combate em espaços habitados. Essas unidades têm experiência em proteger civis quando intervém em núcleos habitados", disse Bozdag à emissora "CNNTürk".
Além disso, duas novas brigadas sírias se juntarão a partir de segunda-feira às tropas turcas em Afrin, uma composta por 400 combatentes curdos da zona de Azaz, conhecidos como "Falcões Curdos", e outra formada por 200 milicianos de língua árabe, informou a "Anadolu".