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Turquia diz que "propaganda terrorista" pode afetar sua aliança com os EUA

As milícias curdo-sírias da YPG, até agora aliadas de Washington na luta contra o Estado Islâmico (EI), são consideradas um grupo terrorista por Ancara

Presidente da Turquia, Tayyip Erdogan (Umit Bektas/Reuters)

Presidente da Turquia, Tayyip Erdogan (Umit Bektas/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 08h37.

Ancara - O governo da Turquia advertiu nesta segunda-feira que sua aliança com os Estados Unidos pode se ver "ensombrada" por uma suposta "propaganda terrorista", em alusão à ameaça do presidente americano, Donald Trump, de "arrasar economicamente" o país eurasiático se atacar as milícias curdas na Síria.

"Os terroristas não podem ser os seus parceiros e aliados. A Turquia espera que os Estados Unidos honrem nossa associação estratégica, e não quer que se veja ensombrada pela propaganda terrorista", disse o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, nas redes sociais.

As milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), até agora aliadas de Washington na luta contra o Estado Islâmico (EI), são consideradas um grupo terrorista por Ancara devido aos seus vínculos com a guerrilha curda que opera na Turquia, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

"É um erro fatal equiparar os curdos-sírios com o PKK, que está na lista de terroristas dos EUA, e com o seu braço sírio, as YPG. A Turquia luta contra os terroristas, não contra os curdos", escreveu Kalin em outra mensagem publicada na sua conta do Twitter.

A Turquia está há meses anunciando uma ofensiva militar no nordeste da Síria, dominado pelas YPG, similar à lançada em janeiro de 2016 no noroeste do país vizinho, e em Afrin em janeiro de 2017.

No entanto, após o anúncio da retirada de tropas americanas da Síria, Ancara tinha dito que adiaria sua ofensiva.

Os Estados Unidos começaram no sábado os procedimentos para retirar seus 2.000 soldados da Síria, algo que Trump confirmou ontem, ao mesmo tempo em que advertiu Ancara de consequências econômicas se combater os milicianos curdos.

"Arrasaremos a Turquia economicamente se atacarem aos curdos", escreveu o presidente americano em um tweet.

A advertência acontece uma semana depois de o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se recusar categoricamente dar garantias de proteção para as YPG, como tinha pedido o assessor de Segurança americano, John Bolton.

Apesar disso, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse ontem estar "otimista" sobre a possibilidade de conseguir um "bom resultado" para o conflito entre a Turquia e as milícias curdas da Síria. EFE

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