Mundo

Turquia descarta ofensiva terrestre sozinha contra o EI

"Continuamos falando com nossos aliados. Quando uma decisão conjunta for tomada, a Turquia apresentará sua parte", disse ministro turco das Relações Exteriores

Mevlut Cavusoglu: "não é realista esperar que a Turquia faça uma operação terrestre sozinha" (Shannon Stapleton/Reuters)

Mevlut Cavusoglu: "não é realista esperar que a Turquia faça uma operação terrestre sozinha" (Shannon Stapleton/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 08h04.

Ancara - O governo turco descartou nesta quinta-feira uma ofensiva terrestre de seu Exército no norte da Síria para conter o avanço do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) sobre a cidade sírio-curda de Kobani.

Após um encontro com o novo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, declarou perante a imprensa que "não é realista esperar que a Turquia faça uma operação terrestre sozinha".

"Continuamos falando com nossos aliados. Quando uma decisão conjunta for tomada, a Turquia apresentará sua parte", manifestou o ministro turco em entrevista coletiva em Ancara.

A Turquia está sob crescente pressão interna, sobretudo de parte da população curda, de atuar no norte da Síria para evitar que a importante cidade de Kobani caia nas mãos do EI.

Para isso, Ancara pediu reiteradas vezes para se estabelecer uma zona de exclusão aérea e de contenção ao longo de sua fronteira com a Síria, algo que, segundo disse Stoltenberg hoje, não foi debatido até agora na Aliança Atlântica.

"Não existe uma solução simples. Isto (a zona de exclusão) não esteve sobre a mesa dos debates da Otan. (...) A Turquia ajuda muito ao acolher enormes números de (refugiados) sírios", disse o norueguês.

Além disso, o responsável da Otan disse que o grupo jihadista não só constitui um perigo para Iraque e Síria, mas também para outros países da região e para a Otan.

"A Otan faz seu papel", disse Stoltenberg, ao prometer que a Aliança defenderá a Turquia contra qualquer ameaça.

O secretário-geral da Otan destacou, além disso, a importância da coalizão internacional, liderada pelos Estado Unidos, contra o EI.

"Estou também satisfeito com a decisão do Parlamento turco (de autorizar o envio de tropas turcas ao exterior e permitir tropas estrangeiras em seu território) e da vontade (turca) de ter um papel mais ativo", disse Stoltenberg.

Atualizado às 8h40.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDiplomaciaEstado IslâmicoEuropaIslamismoSunitasTurquia

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado