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Turquia considera ameaças dos EUA como "inaceitáveis" e "desrespeitosas"

Tensões entre os dois países começaram quando o pastor protestante Andrew Brunson foi enviado para prisão domiciliar após passar 21 meses detido na Turquia

Turquia: clima entre país e os EUA já tinha esquentado após a Justiça dos EUA negar extraditar clérigo islamita (Bulent Kilic/Getty Images)

Turquia: clima entre país e os EUA já tinha esquentado após a Justiça dos EUA negar extraditar clérigo islamita (Bulent Kilic/Getty Images)

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EFE

Publicado em 30 de julho de 2018 às 18h30.

Ancara - A Turquia reiterou nesta segunda-feira que as ameaças de sanções por parte dos Estados Unidos para a libertação de um pastor protestante americano, preso no país desde 2016, são "inaceitáveis" e "desrespeitosas".

O Conselho de Segurança Nacional da Turquia, um órgão composto pelo presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, vários ministros e os chefes das Forças Armadas e das agências de inteligência, divulgou hoje um comunicado no qual critica as ameaças americanas.

"A linguagem ameaçante usada contra o país é um desrespeito à aliança que mantemos e tem efeito inaceitável", indicou o comunicado do órgão, divulgado pela agência "Anadolu".

As tensões entre os dois países começaram na semana passada, quando o pastor protestante Andrew Brunson foi enviado para prisão domiciliar após passar 21 meses detido no país.

O religioso, que vive há 20 anos na Turquia, foi preso em outubro de 2016, acusado de terrorismo. Os promotores querem que ele seja condenado a até 20 anos de prisão por vínculos com Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo guerrilheiro que atua no país, e com o clérigo islamita Fethullah Gülen, exilado nos EUA, apontado como responsável do fracassado golpe de Estado de 2016.

O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou na última quinta-feira impor "grandes sanções" à Turquia se o religioso não for libertado de forma imediata.

O clima entre os dois países já tinha esquentado após a Justiça dos EUA negar extraditar Gülen por falta de provas conclusivas sobre sua participação no fracassado golpe de Estado na Turquia.

Erdogan negou ontem estar considerando Brunson como uma moeda de troca. No entanto, o presidente turco chegou a afirmar no ano passado que poderia "trocar um pastor pelo outro".

"Nunca fizemos Brunson de moeda de troca. Todos os países têm seu poder judicial. O poder judicial turco decidiu o prisão domiciliar de Brunson considerando sua doença", afirmou Erdogan.

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