Mundo

Turquia: ataque de rebeldes curdos deixa dez mortos

O ataque aconteceu na noite do domingo na província de Sirnak, no sudeste turco e uma região onde atuam rebeldes curdos com bases no norte do Iraque


	Soldados turcos observam reduto dos rebeldes curdos: o presidente turco, Abdullah Gul, condenou a "organização separatista terrorista" (o PKK) pelo ataque em Sirnak
 (AFP)

Soldados turcos observam reduto dos rebeldes curdos: o presidente turco, Abdullah Gul, condenou a "organização separatista terrorista" (o PKK) pelo ataque em Sirnak (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2012 às 16h10.

Istambul - Insurgentes curdos mataram dez policiais e soldados turcos em um ataque perto da fronteira iraquiana, disseram funcionários da Turquia nesta segunda-feira, em meio a preocupações de que os rebeldes tentem capitalizar as tensões regionais provocadas pela guerra civil na Síria para desfechar uma campanha mais agressiva na Turquia. O ataque aconteceu na noite do domingo na província de Sirnak, no sudeste turco e uma região onde atuam rebeldes curdos com bases no norte do Iraque. Um número não informado de insurgentes curdos também foi morto.

A agência de notícias Dogan mostrou um vídeo desta segunda-feira da cidade de Beytussebap, onde os insurgentes atacaram postos da polícia e do exército, bem como apartamentos onde vivem as famílias dos militares e policiais. Um vídeo mostrou um oficial turco removendo armas de uma mochila de um homem que parece ser uma guerrilheiro morto e caído em uma vala. Em outra sequência, curdos moradores da cidade gritam slogans em apoio ao líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, pela sigla em curdo), Abdullah Ocalan, enquanto veículos militares circulam pelo local.

O jornal Hurriyet reportou na edição de hoje que soldados tiveram que disparar para cima para dispersar uma multidão de curdos que queriam levar os corpos de três rebeldes para sepultamento. O presidente turco, Abdullah Gul, condenou a "organização separatista terrorista" (o PKK) pelo ataque em Sirnak.

Na vizinha Síria, onde as tropas do presidente Bashar Assad combatem os insurgentes árabes, o governo cedeu o controle de algumas regiões próximas à fronteira com a Turquia a rebeldes curdos sírios, que são ligados ao PKK. Analistas turcos acreditam que essa conduta tem como objetivo criar problemas para a Turquia, que é contra o regime de Assad, ao fornecer um espaço adicional para o PKK se organizar.


A Turquia está abrigando mais de 80 mil refugiados sírios e pediu às Nações Unidas que permitam a montagem de zonas tampão dentro da Síria, um passo que exigiria a intervenção militar estrangeira. No ano passado, o atual chefe militar do PKK, Murat Karayilan, elogiou a onda de revoltas que derrubou governos de vários países árabes no Norte da África e no Oriente Médio, mas criticou a ideia de intervenções estrangeiras para derrubar regimes.

Em relatos da agência de notícias Firat, pró curda, Karayilan disse que existia uma "oportunidade histórica" na qual a minoria curda da Síria poderia obter seus "justos direitos básicos e ganhar reconhecimento como povo".

Com a guerra civil na Síria, a Turquia também voltou sua atenção para o Irã, que tem um histórico de lutas contra a própria minoria curda. Os curdos iranianos também foram acusados de se aliarem ao PKK. A mídia turca reportou na semana passada que uma rede de espiões iranianos foi desmantelada em uma província no leste do país, em uma mais um sinal de como as relações entre Ancara e Teerã se deterioraram por causa do conflito sírio. Os jornais reportaram que os suspeitos obtiveram informações sobre quartéis e delegacias de polícia e também mantiveram contatos com o PKK. Dois suspeitos são iranianos e seis turcos, de acordo com a agência Anatólia.

As informações são da Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaMortesSíriaTurquia

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA