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Turquia ameaça França em caso de genocídio armênio

Governo francês discute uma lei que proíbe a negação do genocídio armênio pelos turcos durante a Primeira Guerra

Recep Tayyip Erdogan: a Turquia não reconhece o genocídio armênio (Adem Altan/AFP)

Recep Tayyip Erdogan: a Turquia não reconhece o genocídio armênio (Adem Altan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 13h03.

Ancara - O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou a França sobre as consequências graves e irreparáveis que terá a adoção de uma lei que reprime a negação do genocídio armênio, e pediu ao presidente francês que desista dessa proposta, informou a agência Anatólia.

"Quero deixar bem claro que, se esses esforços chegarem ao seu objetivo, as consequências para as relações políticas e econômicas, culturais e de qualquer outro domínio com a França serão graves", explicou Erdogan em uma carta enviada ao presidente francês Nicolas Sarkozy.

Erdogan, cujo país se nega a reconhecer o genocídio armênio, também mencionou o impacto irreparável que terá nas relações bilaterais a votação desse projeto de lei no parlamento francês.

"Desejo sinceramente que o senhor mantenha sua promessa de frear esta iniciativa e evite, dessa forma, passos que terão consequências irreparáveis", afirmou Erdogan em sua carta.

O primeiro-ministro turco também pediu à França que use o "bom senso" e evite que as relações bilaterais se tornem "reféns das reclamações de terceiros", em referência à Armênia.

"Este projeto de lei afeta diretamente a república da Turquia, a nação turca e a comunidade turca da França e, por isso, o consideramos hostil", concluiu.

Cerca de 50 militantes de uma associação nacionalista denunciaram nesta sexta-feira, diante da embaixada da França em Ancara, esse projeto de lei.

A Turquia reconhece que cerca de 500.000 armênios foram mortos na Anatólia durante a Primeira Guerra Mundial, mas, segundo Ancara, eles não foram vítimas de uma campanha de extermínio, e sim do caos dos últimos anos do Império Otomano.

Para os armênios e vinte outros países, houve um genocídio, com 1,5 milhão de mortes.

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