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Turquia acusa Rússia de "propaganda soviética"

Na quarta-feira o governo russo disse ter provas de que o presidente turco e sua família estavam se beneficiando do contrabando ilegal de petróleo com o EI


	Primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu: "no período da guerra fria houve uma máquina de propaganda soviética"
 (REUTERS/Umit Bektas)

Primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu: "no período da guerra fria houve uma máquina de propaganda soviética" (REUTERS/Umit Bektas)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 10h17.

Ancara - O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, rejeitou nesta quinta-feira as alegações russas de que a Turquia estava comprando petróleo do Estado Islâmico, qualificando a acusação como "propaganda de estilo soviético", e disse que o país, que faz parte da Otan, está fazendo tudo que pode para proteger sua fronteira com a Síria.

Na quarta-feira o Ministério da Defesa da Rússia disse ter provas de que o presidente turco, Tayyip Erdogan, e sua família estavam se beneficiando do contrabando ilegal de petróleo do território em poder do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

"No período da guerra fria houve uma máquina de propaganda soviética. Todo dia criava diferentes mentiras. Em primeiro lugar eles acreditavam nisso e depois esperavam que o mundo acreditasse. Isso era lembrado como mentiras e disparates do Pravda”, disse Davutoglu.

"Essa era uma tradição antiga, mas, de repente, aparece de novo. Ninguém atribui qualquer valor para as mentiras dessa máquina de propaganda de estilo soviético", disse ele em uma coletiva de imprensa antes de partir para uma visita oficial ao Azerbaijão.

Para Davutoglu, a rejeição das reivindicações da Rússia pelos Estados Unidos é mais uma prova de que a Rússia estava vendendo uma narrativa inventada.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, afirmou na quarta-feira que os EUA rejeitam a premissa de que o governo turco esteja em aliança com os militantes para o contrabando de petróleo, dizendo não haver nenhuma evidência que endosse tal acusação.

Mas o presidente Barack Obama e outros altos funcionários norte-americanos também expressaram frustração nos últimos dias com a persistente lacuna em matéria de segurança ao longo de um trecho de aproximadamente 100 quilômetros da fronteira da Turquia com o território sírio controlado pelo Estado Islâmico.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse na quarta-feira que algumas áreas não foram ainda devidamente protegidas. Segundo Davutoglu, a Turquia está fazendo tudo o que pode e criando "barreiras físicas" nesse trecho da fronteira.

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