Menino refugiado encontrado morto na Turquia: "Os países europeus que transformaram o Mediterrâneo em um cemitério de migrantes compartilham a responsabilidade de cada refugiado morto" (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2015 às 10h46.
O presidente islamita conservador turco Recep Tayyip Erdogan acusou nesta quinta-feira os países europeus de terem transformado o Mar Mediterrâneo em um "cemitério de migrantes", em sua primeira reação às fotos do menino sírio afogado em uma praia turca.
"Os países europeus que transformaram o Mediterrâneo em um cemitério de migrantes compartilham a responsabilidade de cada refugiado morto", declarou.
A foto de um menino afogado em uma praia da Turquia, após o naufrágio de duas embarcações com refugiados sírios, gerou comoção na Europa, confrontada a uma pressão crescente para gerenciar a chegada de milhares de refugiados ao continente.
As duas embarcações que naufragaram tinham saído da cidade turca de Bodrum com destino à ilha grega de Kos, porta de entrada da União Europeia.
A guarda costeira turca foi alertada por gritos de passageiros dos barcos e conseguiram resgatar os corpos de 12 pessoas, entre eles o de um menino pequeno que jazia de bruços na praia.
No naufrágio morreram cinco menores e sete adultos, enquanto 15 pessoas puderam ser resgatadas.
A fotografia de um agente turco carregando o menino foi divulgada por meios de comunicação e pelas redes sociais com a hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (A humanidade é um fracasso, em turco).
Um dos agentes do resgate disse à AFP que as autoridades turcas ouviram o depoimento da família do menino e acreditam que todos procediam da cidade síria de Kobane.
Meios de comunicação turcos reportaram que o menino se chamava Aylan Kurdi e que tinha três anos.
Jornais de toda a Europa repercutiram a comoção provocada pela imagem e a foto estampou a primeira página de vários deles na quarta-feira.