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Turistas são alvo de protestos em Barcelona devido à superlotação

Manifestantes jogaram água nos turistas como forma de criticar o turismo excessivo, exigindo medidas das autoridades

Em Barcelona, manifestante segura cartaz pedindo para turistas voltarem para suas casas. (SOPA Images/Getty Images)

Em Barcelona, manifestante segura cartaz pedindo para turistas voltarem para suas casas. (SOPA Images/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de julho de 2024 às 08h27.

No último sábado, 6, manifestantes em Barcelona, na Espanha, realizaram um protesto contra o turismo excessivo, jogando objetos e borrifando água em turistas enquanto gritavam para que deixassem a cidade. O evento, que contou com cerca de 3.000 pessoas, foi uma expressão da crescente insatisfação com a superlotação e os impactos negativos do turismo na cidade. Assista ao vídeo do protesto na CNBC.

Os manifestantes usaram fitas semelhantes às da polícia para bloquear entradas de hotéis e cafés no bairro de Barceloneta, em um gesto simbólico para fechar esses estabelecimentos. Além disso, marcharam com uma faixa exigindo que as autoridades da cidade reduzissem o número de turistas.

A manifestação ocorreu durante os meses de pico do turismo em Barcelona. Em 2023, a ocupação hoteleira chegou a quase 80% em julho e agosto, com a cidade de 1,6 milhão de habitantes recebendo mais de 4 milhões de visitantes, segundo dados do Conselho Municipal de Barcelona.

Recorde de visitantes

No ano anterior, a Espanha recuperou-se da pandemia com um recorde de 85 milhões de visitantes estrangeiros, conforme reportado pela Associated Press. Apenas a França recebeu mais turistas, com 100 milhões de chegadas.

Os problemas entre moradores e turistas, no entanto, vêm de longa data. O número de hotéis na cidade quadruplicou de 1990 a 2023 para acomodar o aumento de turistas, que passou de 1,7 milhão para 7,8 milhões durante o mesmo período, segundo o Conselho Municipal de Barcelona. Isso não inclui os milhões que visitam as áreas periféricas da cidade.

Além disso, o Porto de Cruzeiros de Barcelona também recebe milhares de turistas diários. Em 2023, o porto processou cerca de 2,2 milhões de passageiros, um aumento significativo em relação aos 560.000 de 2000, segundo o conselho.

Efeitos no custo de vida

O impacto do turismo sobre o custo de vida na cidade é significativo, com muitos moradores locais incapazes de arcar com os altos custos. O prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, informou que os aluguéis aumentaram 68% na última década.

Em uma tentativa de mitigar os efeitos do turismo excessivo, Collboni anunciou em junho que os aluguéis de curto prazo no estilo Airbnb seriam proibidos na cidade até 2028, adicionando cerca de 10.000 apartamentos ao mercado de aluguel de longo prazo.

Um relatório de 2023 do Conselho Municipal de Barcelona, intitulado “Percepção do Turismo em Barcelona”, revelou que mais residentes consideram o turismo benéfico do que prejudicial. Contudo, a diferença entre essas percepções tem diminuído ao longo dos anos.

Metade dos 1.860 entrevistados afirmou que evita certas áreas da cidade por causa dos turistas. As áreas mais evitadas incluem o centro da cidade (Plaça Catalunya, La Rambla, Bairro Gótico, Raval, Cidade Velha, Orla) e a região da Sagrada Família. Park Güell lidera a lista dos espaços mais evitados deliberadamente.

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