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Turismo na Itália: Governo estuda cobrar 25 euros por noite para combater excesso de visitantes

Objetivo é promover turismo "responsável" e aumentar arrecadação de cidades que enfrentam dificuldades financeiras

Roma, a capital da Itália (Alexander Spatari/Getty Images)

Roma, a capital da Itália (Alexander Spatari/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 1 de setembro de 2024 às 11h59.

Última atualização em 1 de setembro de 2024 às 12h00.

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A Itália está considerando um significativo aumento nas taxas cobradas de turistas estrangeiros, com valores que podem chegar a 25 euros por noite em hotéis de alto padrão, segundo o jornal Financial Times. O objetivo é aumentar a arrecadação de cidades que enfrentam dificuldades financeiras e promover um turismo mais "responsável", diante do excesso de turistas no país.

O ministério do Turismo, liderado por Daniela Santanchè, estuda "um diálogo" com entidades do setor, com uma proposta de mudança nas regras dos impostos para turistas que será debatida este mês.

“Em tempos de excesso de turismo, estamos debatendo isso para que realmente ajude a melhorar os serviços”, disse a ministra, em postagem nas redes sociais.

Veja detalhes da proposta

O projeto, segundo o FT, prevê escalonar a taxa conforme o custo do quarto de hotel. O teto do imposto sobre turistas deveria aumentar para 5 euros por quarto por noite, para hotéis que custam menos que 100 euros.

Na sequência, a taxa seria de 10 euros para quartos entre 100 e 400 euros, 15 euros para preços de 400 a 750 euros e 25 euros para hospedagens acima de 750 euros por noite. Hoje as taxas variam entre 1 a 5 euros por pessoa, dependendo da classificação do estabelecimento.

O turismo na Itália vive um período de forte recuperação pós-pandemia. Associações estimam a chegada de 65 milhões de turistas estrangeiros em 2023, níveis próximos ao pré-pandemia. Mas a recuperação do turismo tem gerado insatisfação entre os italianos.

Os moradores locais argumentam que os centros históricos das cidades estão perdendo seu caráter tradicional. O aumento da conversão dos apartamentos urbanos em aluguéis de curta temporada também vem sendo criticado porque pressiona a infraestrutura local.

Na outra ponta, associações de hotéis e turismo estão criticando a medida. A Federalberghi, associação que representa hotéis pequenos e médios, alega que isso pode afastar visitantes e prejudicar o crescimento do setor. “O objetivo comum deve ser apoiar o crescimento, não desacelerá-lo”, disse a entidade.

Para Barbara Casillo, diretora da Confindustria Alberghi, que representa redes globais de hotéis, alerta que a Itália enfrenta forte concorrência de outros destinos europeus e a elevação das taxas pode piorar a situação.

O debate surge em meio à pressão sobre as contas públicas italianas. A dívida pública está prevista para alcançar 140% do PIB este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os custos anuais do serviço da dívida estão se equiparando aos gastos com educação.

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