Protestos na Tunísia: dias de calma antecederam a comemoração pelo sétimo aniversário da revolução que acabou com a ditadura de Zine Al Abidine ben Ali (Youssef Boudlal/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 08h32.
Túnis - Os protestos violentos que começaram na semana passada se repetiram na noite de domingo em diversos locais de Túnis, capital da Tunísia, após dois dias de calma que antecederam a comemoração pelo sétimo aniversário da revolução que acabou com a ditadura de Zine Al Abidine ben Ali.
Testemunhas explicaram à Agência Efe que grupos de jovens usaram pneus e containers no distrito de Ettadhamen para fechar o acesso à principal artéria diante de unidades antidistúrbios.
Além disso, lançaram pedras e outros objetos contra os agentes, que realizaram detenções e utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar os congregados.
Cenas similares foram vistas em Kram, uma zona também economicamente muito deprimida no litoral de Túnis, onde a polícia deteve 20 pessoas, aparentemente pelo suposto envolvimento no incêndio de uma delegacia, informou a imprensa.
Os distúrbios começaram durante noite e ocorreram horas depois que milhares de tunisianos saíram às ruas do país para celebrar a "Revolução de Jasmim ", que em 2011 deu início às "Primaveras Árabes".
E pouco depois de o presidente do país, Beji Caïd Essebsi, visitar o citado bairro de Ettadhamen, um dos mais pobres da capital, para tentar acabar com os protestos contra a austeridade que ocorrem desde o começo do ano.
As manifestações ficaram violentas na noite de terça-feira, depois da morte por ação da Polícia de um homem de 55 anos na localidade de Tajoura, cerca de 40 quilômetros ao oeste de capital.
Desde então, mais de 800 pessoas foram detidas pela polícia.
A origem dos protestos são os novos orçamentos gerais do Estado, que condicionados pelo empréstimo milionário concedido em 2016 pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) incluem aumento de impostos, demissões e cortes sociais, entre outras medidas.