Tufão Shanshan fez com que viagens de avião e trem fossem cancelados em parte do Japão. (HIROSHI YAMAMURA/EFE)
Redator na Exame
Publicado em 29 de agosto de 2024 às 06h32.
Última atualização em 29 de agosto de 2024 às 10h46.
O Japão enfrenta um dos maiores desafios meteorológicos do ano com a chegada do Tufão Shanshan, que atingiu a ilha de Kyushu na manhã de quinta-feira, 29, trazendo consigo condições extremas de tempo. A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta especial para as áreas mais afetadas, prevendo mais de um metro de precipitação em apenas 48 horas, e ventos que podem alcançar até 252 km/h. A situação é crítica em várias regiões, especialmente em Kagoshima, onde as autoridades locais pediram a evacuação de cerca de 56 mil pessoas. As informações são do The Guardian.
Além das evacuações, o tufão já causou a suspensão de serviços essenciais. Mais de 254 mil casas estão sem energia, e as operações industriais foram interrompidas em várias fábricas, incluindo as de grandes montadoras como a Toyota. O transporte aéreo e ferroviário também foi severamente afetado, com centenas de voos cancelados e serviços de trem-bala suspensos.
O impacto do Tufão Shanshan destaca a vulnerabilidade do Japão a desastres naturais, especialmente em um contexto de mudanças climáticas. A lenta movimentação do tufão agrava ainda mais a situação, permitindo que ele permaneça por mais tempo sobre as áreas afetadas e aumente a severidade dos danos. Já foram registradas mortes em deslizamentos de terra, e as autoridades temem que o número de vítimas aumente.
A resposta das autoridades inclui a emissão de alertas para tempestades violentas, ondas altas e marés perigosas. As forças de defesa civil estão em alerta para prestar socorro nas áreas mais atingidas, e os serviços de emergência estão sendo mobilizados para garantir a segurança da população.
O aumento na frequência e intensidade dos tufões no Japão tem sido associado ao aquecimento global, que eleva as temperaturas dos oceanos e intensifica as condições climáticas extremas. Em anos recentes, o Japão tem enfrentado tufões cada vez mais destrutivos, como o Tufão Ampil e a Tempestade Tropical Maria, que causaram inundações e interrupções significativas em várias partes do país.
O caso do Tufão Shanshan reforça a necessidade de medidas mais robustas de adaptação às mudanças climáticas, incluindo melhorias na infraestrutura e sistemas de alerta precoce. A capacidade de resposta a desastres naturais é crucial para minimizar os danos e proteger as vidas em um cenário onde eventos climáticos extremos se tornam cada vez mais frequentes.
Este é apenas o mais recente de uma série de eventos climáticos extremos que têm assolado o Japão nos últimos anos. Em 2022, um alerta semelhante foi emitido para um tufão que atingiu Okinawa, resultando em cinco mortes. A intensificação dos tufões e a maior frequência de tempestades intensas têm sido atribuídas à crise climática, que tem causado um aumento nas temperaturas dos oceanos e, consequentemente, fornecido mais energia para a formação de tempestades mais violentas.
Estudos indicam que os ciclones tropicais estão se formando mais perto das linhas costeiras e ganhando força mais rapidamente, permanecendo mais tempo sobre as áreas terrestres devido às mudanças climáticas provocadas pelo homem. O aumento do nível do mar também agrava os efeitos das tempestades, elevando o risco de inundações costeiras e tempestades mais destrutivas.