Xangai - O tufão "Haikui" se transformou nesta quarta-feira no primeiro que atravessa o centro de Xangai, a capital econômica da China, nos últimos sete anos, e deixou em sua passagem pelo leste do país pelo menos dois mortos e dois milhões de evacuados, com várias províncias ainda em alerta vermelho.

A primeira das vítimas é uma mulher que morreu nesta manhã no distrito suburbano de Baoshan, nos arredores de Xangai, devido à queda da janela de um edifício, provocada pelos fortes ventos, segundo a imprensa local.

A segunda vítima também morreu atingida pela queda de escombros, em uma cidade com cerca de cinco mil edifícios de mais de 100 metros, onde preocupa cada vez mais o risco de desprendimentos, principalmente por causa das fachadas mais antigas, construídas com materiais de péssima qualidade.

Enquanto isso, pelo menos 2,04 milhões de pessoas foram evacuadas apenas no delta do rio Yang Tsé, por onde passou o tufão e de onde deve seguir aomda esta noite em direção à província vizinha de Anhui.

O tufão, com fortes chuvas e ventos de até 150 km/h, entrou no litoral chinês pela aldeia de Hepu, na província oriental de Zhejiang, às 3h20 locais (16h20 de Brasília), e sua chegada já causou inundações.

Pelo menos 6.327 embarcações ficaram ancoradas no porto da cidade, o mais movimentado do planeta, por causa do estado do Mar da China Oriental, onde devem ser registradas ondas de até nove metros.

Diante dessa perspectiva, a cidade cancelou todas as atividades organizadas ao ar livre, fechou todos seus parques, suspendeu as aulas nos centros educacionais e proibiu qualquer tipo de obras ao ar livre, informa o diário "Shanghai Daily".

"Haikui" é o terceiro tufão a castigar o leste da China na última semana, após a passagem de "Saola" e "Damrey", que deixaram 23 mortos e nove desaparecidos, número que se soma aos 13 mortos e três desaparecidos causados pelas chuvas do fim de semana na província central de Hubei.