O maior dos blocos de gelo mede 9,5 km por 6,5 km, superfície similar à de Manhattan, e tem espessura de 80 metros, segundo análise das imagens (AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2011 às 17h03.
Paris - O tsunami que varreu o Japão em 11 de março passado propagou ondas que originaram icebergs gigantescos no Antártico, a 13 mil quilômetros de distância, segundo imagens difundidas esta terça-feira pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
As imagens de radar foram captadas em 12 de março pelo satélite Envisat da ESA e revelam que vários icebergs gigantes se desprenderam das plataformas de gelo que prolongam a camada glacial da baía de Sulzberger. Quatro dias depois, em 16 de março, os icebergs flutuavam no Mar de Ross (ao sul da Nova Zelândia).
O maior dos blocos de gelo mede 9,5 km por 6,5 km, superfície similar à de Manhattan, e tem espessura de 80 metros, segundo análise das imagens, feita por uma equipe da agência espacial americana (Nasa).
No Japão, o sismo de 9 graus de magnitude gerou ondas enormes que se propagaram através do Oceano Pacífico até o Antártico, aonde chegaram com uma altura de apenas 30 centímetros.
No entanto, sua movimentação de cima para baixo foi suficiente para criar tensões na estrutura rígida do gelo, causando os desprendimentos de grandes blocos, acrescentou a ESA em um comunicado.
O estudo, chefiado por Kelly Brunt, especialista em geleiras do centro Goddard Space Flight da Nasa, foi publicado na edição online da revista científica The Journal of Glaciology.
A cobertura glacial se prolonga em certos setores do Antártico por imensas plataformas de gelo de água doce, estendendo-se e flutuando no Oceano Austral, e sua superfície acumulada supera 1,5 milhão de quilômetros quadrados.