Tsunami na Indonésia: Vista aérea de uma área afetada após o desastre que atingiu a costa de Pandeglang (Antara Foto/HO-Susi Air/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 26 de dezembro de 2018 às 06h55.
Com uso de drones, cães farejadores e máquinas pesadas, equipes na Indonésia procuram sobreviventes de tsunami ocorrido há quatro dias no país, na região de Java. O trabalho de busca é contínuo. Os resgates foram prejudicados por chuvas fortes e baixa visibilidade.
O porta-voz da agência nacional de buscas e resgates, Yusuf Latif, disse que as equipes conseguiram chegar a regiões mais remotadas que foram afetadas. Muitos se refugiaram em abrigos, mesquitas e escolas.
As autoridades advertiram para que os moradores fiquem longe da costa em até um quilômetro, devido ao risco de ondas altas e condições meteorológicas extremas nesta quarta-feira.
O chefe da agência de meteorologia e geofísica BMKG, Dwikorita Karnawati, disse que a agência está preocupada com o mau tempo que torna a cratera do Vulcão Krakatau mais frágil. Há suspeita que a erupção do vulcão pode ter causado a tsunami.
O último balanço divulgado pelas autoridaes registra 429 mortes e 1.459 feridos, além de desaparecidos. A estimativa é de 16.082 pessoas foram deslocadas. As ondas gigantes destruíram casas, hotéis e edifícios localizados no litoral, área turística do país.
O desastre também acabou com um porto marítimo e 434 navios e embarcações nos distritos de Pandeglang e Serang, mais atingidos na província de Banten, e nos distritos de Lampung Selatan, Panawaran e Tenggamus na província de Lampung.
Estudos da Autoridade de Informações Geoespacial do Japão e do professor Toshitsugu Fujii, da Universidade de Tóquio, investigam as suspeitas de que o tsunami, registrado há quatro dias na Indonésia, foi desencadeado a partir da erupção do Vulcão Krakatau. A análise se baseia em imagens de satélite.
Foram estudadas mudanças topológicas na Ilha de Krakatau e comparadas às imagens feitas em agosto do ano passado pelo Satélite de Observação Avançada de Terra-2, conhecido como Daichi-2.
A análise revelou alterações, tais como linhas de costa desfocadas e o desaparecimento da cratera - todos indicativos de colapso do vulcão.
O professor Toshitsugu Fujii disse que o desastre deve ter sido provocado por uma avalanche de detritos no oceano como resultado da erupção do vulcão. Segundo ele, a atividade vulcânica continuada pode levar a ondas mais mortais e alertou para a vigilância contínua.
*Com informações da DW, agência pública de notícias da Alemanha, NHK, emissora pública de televisão do Japão, e da Xinhua, agência pública de notícias da China.