Trump no Federal Reserve: críticas aos custos excessivos da reforma e pressão sobre Powell para reduzir as taxas de juros (Brendan SMIALOWSKI / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 25 de julho de 2025 às 08h09.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitou nesta quinta-feira as obras de reforma do Federal Reserve (Fed, banco central), foco das últimas críticas contra o chefe da entidade, Jerome Powell, devido aos custos excedentes previstos nas mesmas e por sua gestão à frente do órgão.
A Casa Branca e o Fed estão a apenas um quilômetro de distância, mas as visitas de um presidente dos EUA à instituição responsável pela política monetária são raras: a última data de 2006, quando o republicano George W. Bush (2001-2009) estava no poder.
Trump, protegido por um capacete branco de construção, foi acompanhado em sua visita pelo próprio Powell, e reprovou o fato de o custo total ter aumentado dos cerca de US$ 2,5 bilhões já conhecidos, US$ 700 milhões a mais do que o plano inicial, para US$ 3,1 bilhões.
"Isso ficou fora de controle. É uma pena", lamentou.
Powell enfatizou diante das câmeras que esse número não correspondia à realidade.
"Não estou ciente disso. Não ouvi isso de ninguém do Fed", disse ele, observando que Trump estava incluindo um terceiro edifício que foi concluído há cinco anos e não faz parte do projeto atual, que deve ser concluído em 2027.
O dirigente do Fed foi criticado por supostamente contemplar mármore de alta qualidade, jardins na cobertura, salas de jantar privadas ou elevadores. No entanto, em uma carta enviada em meados do mês a Russell Vought, diretor do Gabinete de Gestão e Orçamento do Presidente, ele afirmou, entre outros pontos, que não estão planejados elevadores especiais ou privados, mas que os originais estão sendo reabilitados, e lembrou que a sede foi originalmente construída com mármore nas fachadas.
O projeto de reforma, segundo informou, recuperará o mármore exterior original para reinstalação e usará mármore novo onde o antigo foi danificado ou onde for necessário para atender às diretrizes de preservação histórica.
Os custos excedentes serviram para Trump aumentar sua pressão sobre Powell, a quem ele critica repetidamente por não reduzir as taxas de juros, que estão em uma faixa de 4,25 a 4,5%.
O mandato de Powell termina em maio de 2026 e, embora o líder republicano pareça ter se resignado a deixá-lo cumprir seu mandato, a possibilidade de que tenha havido fraude nessas reformas abre a porta para destituí-lo.
Perguntado pelos repórteres nesta quinta-feira sobre o que faria se, como incorporador imobiliário, um setor em que esteve envolvido no passado, seu gerente de projeto excedesse os custos projetados, Trump afirmou: "Eu o demitiria".
A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), o órgão do Fed responsável por decidir se aumentará ou reduzirá as taxas, está agendada para 29 e 30 de julho. O último corte nas taxas ocorreu em dezembro de 2024, enquanto o democrata Joe Biden (2021-2025) ainda estava no cargo.