O republicano falou que vem mantendo um bom diálogo com a colega mexicana (ROBERTO SCHMIDT /AFP)
Repórter
Publicado em 6 de março de 2025 às 14h09.
Última atualização em 7 de março de 2025 às 11h34.
Depois anunciar no início da tarde que iria postergar por quase um mês as tarifas de todos os produtos do México que estão no tratado de livre comércio USMCA, o presidente dos EUA, Donald Trump, também confirmou no final da tarde desta quinta que o recuo da guerra tarifária também chegará aos produtos canadenses sob as mesmas condições dos mexicanos. A trégua, a princípio, vai até 2 de abril. É um passo atrás no plano econômico do republicano que vem abalando os mercados.
"Depois de falar com a presidente Claudia Sheinbaum do México, concordei que o México não será obrigado a pagar tarifas sobre nada que se enquadre no Acordo USMCA", escreveu Trump no Truth Social na quinta-feira, após uma conversa telefônica com a presidente mexicano.
O USMCA é o Acordo Estados Unidos-México-Canadá, negociado por Trump durante seu primeiro mandato, que torna os três países norte-americanos uma zona de livre comércio."Fiz isso como uma acomodação e por respeito a presidente Sheinbaum. Nosso relacionamento tem sido muito bom, e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos Estados Unidos quanto, da mesma forma, impedir o Fentanil”, acrescentou Trump. “Obrigado a Presidente Sheinbaum por seu trabalho duro e cooperação!”
As tarifas, mesmo que agora pausadas, elevam os impostos sobre as importações dos EUA ao seu nível médio mais alto desde 1943, segundo o Budget Lab de Yale. Isso pode representar um custo adicional de até US$ 2.000 para os lares americanos.
Trump também afirmou que está preparando uma tarifa de 25% para a União Europeia e investigando impostos sobre importações de cobre e madeira. As tarifas sobre aço e alumínio também entrarão em vigor em 12 de março.
Isso sem contar as taxas de 20% que Trump impôs à China, que prometeu retaliar. Trump argumenta que a China não fez esforços suficientes para conter a entrada de fentanil nos EUA. Pequim respondeu que tomará "todas as contramedidas necessárias" para "defender seus direitos e interesses legítimos".
As novas tarifas elevam a tensão entre as duas maiores economias do mundo, reacendendo a guerra comercial iniciada no primeiro mandato de Trump (2017-2021). Durante esse período, os EUA impuseram tarifas sobre US$ 370 bilhões anuais em produtos chineses, levando Pequim a responder com taxações sobre exportações americanas e restrições a empresas como o Google.
O mercado de ações permanecia em baixa nesta quinta-quinta após os anúncios do governo Trump. Às 17h10, Dow Jones caía 1%, Nasdaq registrava perdas de 2,4% e o S&P 500 caía 1,7%.