Trump: o presidente deve ser recebido pela rainha Elizabeth II (Jim Young/File Photo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2019 às 05h31.
Última atualização em 3 de junho de 2019 às 06h00.
Cinco dias antes da já anunciada renúncia de Theresa May, atual primeira-ministra britânica que deve deixar o cargo na próxima sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump desembarca nesta segunda-feira, 3, em uma visita oficial ao Reino Unido. Durante a viagem, o republicano deve se encontrar com May e também com apoiadores radicais do Brexit, como Boris Johnson, que liderou o movimento de emancipação em 2016 e agora é um dos mais cotados para assumir a cadeira número um do parlamento.
Ainda ontem, às vésperas da visita, Trump deu sua opinião ao jornal britânico Sunday Times sobre diversos assuntos referentes ao Reino Unido. Para o presidente norte-americano, caso o país não consiga o acordo de saída ideal com a União Europeia (UE), deve ignorar a dívida de 50 bilhões de dólares que possui com o bloco se retirar sem nenhum acordo. “Se você não consegue o acordo que quer, então vá embora”, disse Trump, declarando, ainda, que “não pagaria os US$ 50 bilhões” devidos à UE caso não haja um consenso para a separação.
Desde 2016, May vem tentando, sem sucesso, negociar um acordo de divórcio com a UE. Com todos eles recusados pelo parlamento e com a queda da primeira-ministra, a hipótese de uma retirada abrupta não está descartada, já que o novo prazo para o Brexit é 31 de outubro.
Além da recomendação de calote, Trump ainda teceu elogios aos apoiadores mais ferrenhos da separação. Falando sobre Nigel Farage, líder do partido do Brexit que acaba de derrotar o Partido Conservador ― de May ― e a oposição Trabalhista nas eleições para o Parlamento Europeu, Trump afirmou que o ultranacionalista deveria ter sido incluído nas negociações com a UE: “gosto muito do Nigel. Ele tem muito a contribuir”, disse.
Outro pró-Brexit que recebeu elogios de Trump foi Boris Johnson, um dos nomes mais fortes dentre os 13 que tentam ocupar a cadeira de May. Ao portal The Sun, o presidente disse acreditar que Johnson seria um “excelente” primeiro-ministro. Além de ter sido o primeiro político britânico a cumprimentar Trump por sua eleição em 2016, Johnson apoiou a campanha do republicano à Casa Branca. Hoje, Trump deve ser recepcionado pela rainha Elizabeth II e amanhã será um dos últimos políticos de peso a encontrar May ainda como chanceler. Até quarta-feira, ele também deve se reunir seus compadres: Boris e Nigel.