Bernie Sanders: Sanders disparou contra o isolamento comercial pelo qual advoga Trump, contra acordos comerciais como o Nafta (Reuters/Jim Urquhart)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2016 às 14h43.
Nova York - O senador democrata Bernie Sanders advertiu nesta quarta-feira que o republicano Donald Trump pode se aproveitar da frustração dos cidadãos, mesmo sentimento que levou ao triunfo do "Brexit" no Reino Unido, que culpam os imigrantes pelo mau rumo da economia.
"A noção de que Trump pode se beneficiar das mesmas forças que deram aos partidiários do Brexit a maioria na Grã-Bretanha deve fazer soar o alarme no Partido Democrata dos Estados Unidos", escreveu em uma coluna de opinião publicada nesta quarta-feira no jornal "The New York Times".
O senador de Vermont apontou que "neste momento crucial, o Partido Democrata e um novo presidente democrata devem deixar claro que estão ao lado dos que lutam e foram deixados de lado. Devemos criar economias nacionais e globais que funcionem para todos, não somente para os multimilionários".
"Sejamos claros: a economia global não está funcionando para a maioria das pessoas em nosso país e no mundo. Este é um modelo econômico desenvolvido pela elite econômica em benefício da elite econômica. Necessitamos uma mudança real", acrescentou.
Uma mudança que não esteja "baseada na demagogia, na intolerância e nos sentimentos anti-imigração", apontou Sanders, que afirmou ser o "elemento central" da mensagem de Trump, assim como da linguagem utilizada pelos partidários do "Brexit".
Sanders disparou nesse sentido contra o isolamento comercial pelo qual advoga Trump, contra acordos comerciais como o Nafta (entre EUA, Canadá e México).
"Necessitamos fundamentalmente rejeitar os acordos de livre-comércio por políticas de comércio justo. Os americanos não deveriam competir contra trabalhadores de baixos salários. É preciso acabar com o acordo transpacífico. Devemos ajudar os países a desenvolver modelos econômicos justos", acrescentou.
Sanders perdeu matematicamente a possibilidade de ser nomeado candidato presidencial democrata no começo de junho e já disse em entrevista que votará em Hillary Clinton nas eleições de novembro.