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Trump terá força para pacificar o mundo e conter Rússia, diz 'pai' do Brexit à EXAME

Nigel Farage avalia que atentado pode ter mudado emocionalmente o republicano, que discursa nesta quinta-feira

Nigel Farage, deputado no Reino Unido, durante viagem a Iowa, nos EUA, em janeiro de 2024
 (Al Drago/Getty Images)

Nigel Farage, deputado no Reino Unido, durante viagem a Iowa, nos EUA, em janeiro de 2024 (Al Drago/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 18 de julho de 2024 às 18h27.

Milwaukee - Um eventual novo governo de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos poderia ajudar a conter conflitos globais, defende Nigel Farage, deputado no Reino Unido e considerado o "pai" do Brexit.

"A paz global vem por meio da força, não da fraqueza, e pessoalmente acredito que Trump oferece isso, e não Joe Biden, ou qualquer um que o substitua", disse Farage à EXAME.

O parlamentar britânico conversou com a reportagem durante a Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, na quinta-feira, horas antes de Trump fazer o discurso final do evento.

Farage, 60, é líder do partido Reform UK, de extrema-direita. Ele é considerado o "pai" do Brexit, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, que foi aprovada em plebiscito em 2016 e efetivada em 2020, após anos de confusão política sobre retirar o país do bloco. Ele foi eleito pela primeira vez para o Parlamento Britânico nas eleições de 4 de julho.

Qual sua expectativa para o discurso de Trump na convenção?

Não acho que você passe por uma experiência de quase morte como a que ele passou sem que isso te afete emocionalmente de alguma forma. Estou certo de que o sr. Bolsonaro concordaria, dado o que aconteceu com ele. Vai ser um discurso muito interessante. Suspeito que vamos ver um Trump mais emocional do que vimos antes. Não vejo como ele poderia esconder isso.

Como avalia a política americana hoje?

Está muito dividida. Há muito pouco respeito por pessoas com pontos de vista diferentes. E quero ouvir Trump dizer: 'olhe, precisamos voltar para a política de nossos pais, na qual eles debatiam de forma vigorosa os assuntos, mas respeitavam o direito de outra pessoa ter um ponto de vista diferente'. Se ele puder ser um unificador, vai ser uma coisa boa, não só para sua campanha, mas para o país.

Como um eventual novo mandato de Trump pode mudar as relações dos EUA com o resto do mundo?

A América é a líder do mundo, do mundo livre, contra uma coalizão que está sendo construída com Rússia, China, Coreia do Norte, Irã. Até mesmo a África do Sul está potencialmente indo para este lado. A Índia está se inclinando para isso também. Não muito, mas de forma leve. Aqueles de nós que acreditam na liberdade e na democracia precisam não apenas estar juntos, mas precisam de uma liderança forte. Acho que a paz global vem por meio da força, não da fraqueza, e pessoalmente acredito que Trump oferece isso, e não Biden, ou qualquer um que o substitua.

Acredita que Trump poderia acabar com a Guerra da Ucrânia, como alguns republicanos dizem que ele poderia?

É uma grande meta, uma grande coisa. A guerra está em andamento por dois anos e meio, houve cerca de 1 milhão de baixas em batalhas. Isso pode continuar por mais cinco anos. Se ele [Trump] tentar a paz, algum tipo de negociação ou intervenção, seria uma coisa boa, mesmo se isso falhar. Uma guerra termina de duas formas, ou por um acordo negociado ou por aniquilação. A situação está mais sombria para a Ucrânia do que para a Rússia. Eles vão ficar sem homens. Então, uma tentativa de paz seria uma coisa boa.

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